Após vários impasses na esfera política, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais enfim conseguiu apoio do Legislativo, que promulgou, no dia 20 de julho, a Lei nº 1.638 autorizando a suspensão do pagamento das cobranças de empréstimos consignados (ou seja, com desconto em folha) contraídos em qualquer instituição financeira.
No entanto, a primeira negociação, que já estava sendo realizada com a Caixa Econômica Federal há quase 4 meses, foi frustrada. A agência, “que a princípio vinha considerando acatar a lei”, segundo informou o Sindicato, acabou voltando atrás.
Em maio, durante uma reunião no gabinete do Poder Executivo coordenada pelo prefeito Robson Samara com a participação de vereadores e funcionários da Caixa, a Prefeitura chegou a assinar termo de aditivo com a instituição bancária para suspender o cumprimento de obrigações financeiras referentes aos empréstimos consignados contratados por servidores públicos municipais de Aparecida do Taboado por 90 dias, durante o período de pandemia do Covid-19.
No entanto, nesta quarta-feira (5), o presidente do Sindicato dos Servidores, José do Carmo Queiroz Filho (Zezé do Raio X), após se reunir com o gerente da Caixa, emitiu comunicado aos quase 500 funcionários públicos que mantém empréstimos consignados com a agência lamentando a decisão da estatal, “para nós isso é um descaso total com o servidor, que ficou aguardando por mais de 4 meses. […] A Caixa Econômica poderia sim ter negado esta proposta, porém, poderia ter feito isso no início da conversação e não ter deixado criarmos esperanças para nossos servidores”.
Ele ainda destacou: “em nome de todos os funcionários públicos municipais queremos manifestar nossa profunda insatisfação em relação ao ocorrido, por todos esses dias que ficamos na expectativa de melhorar um pouco mais nosso salário nessa época de crise mundial, pois imaginávamos que o banco que aceita receber nosso salário em troca de benefícios, seria nosso parceiro”. E questionou: “são quase 500 funcionários que tem empréstimos consignados com desconto em folha. Será que isso não representa nada para a Caixa Econômica Federal?”.
O Costa Leste News entrou em contato com a agência da Caixa ainda na quarta-feira, mas o gerente Lincoln disse que não estava autorizado a dar entrevista, apenas garantiu que “a Caixa está fazendo tudo o que já fazia antes”, sem dar mais detalhes.
A decisão desmotivou o Sindicato dos Servidores, que garantiu que “lava as mãos” nesta causa. Segundo o presidente, não haverá mais nem conversação com outras agências, inclusive.
