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Estiagem pede responsabilidade coletiva para queimadas urbanas

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Aparecida do Taboado (MS) – O tempo seco e a falta de chuva são fatores preocupantes nos meses de outono e inverno em que o risco de queimadas urbanas aumenta oferecendo riscos à população, também responsável por atear fogo em terrenos baldios e vegetação. Nos últimos dias temos acompanhado várias reclamações nas redes sociais sobre a prática constante em Aparecida do Taboado e nossa equipe registrou no dia 15 de junho um incêndio de grande proporção numa propriedade rural que fica à beira da rodovia que dá acesso à Ponte Rodoferroviária.

Dados de 2020 do Centro de Proteção Ambiental no período de janeiro até a primeira quinzena de julho mostram que o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) já atendeu 2.643 ocorrências de incêndios florestais no período, sendo 92 delas em Aparecida do Taboado (até 29/07). 

Os números, por enquanto, estão menores que os registrados no mesmo período – considerando todo mês de julho – de 2019 que teve 3.175 registros no Estado, 110 deles no município. Historicamente agosto é um mês que requer atenção. Para se ter uma ideia o período concentrou 23% do total (6.335) das ocorrências registradas pelo CBMMS nos doze meses do ano passado.  

Algumas cidades sul-mato-grossenses sofrem há mais de 20 dias com a estiagem. Costa Rica está no topo da lista e não vê chuva desde o dia 28 de junho, quando choveu 0,4 milímetros. Para se ter ideia, esse mesmo volume de chuva foi registrado na Capital no dia 16 de julho. Os dados são das estações meteorológicas Semagro/Inmet/Embrapa. 

Estiagem pede responsabilidade coletiva para queimadas urbanas

O período de estiagem deve continuar em Mato Grosso do Sul. Segundo a coordenadora do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), Franciane Rodrigues, não há expectativa de chuva significativa para o Estado ao menos até dia 12 de agosto. 

Diante desse cenário também agravado pela pandemia do novo coronavírus, o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS) alerta para a importância da conscientização da sociedade nos cuidados preventivos para evitar colocar fogo em terrenos baldios ou em vegetação para realizar limpeza. O Costa Leste News conversou nesta quarta-feira (29) com o Tenente Xavier, comandante do CBM em Aparecida do Taboado. Ele informou que anualmente a corporação apresenta um Plano de Combate à Incêndio Rural e Urbano com operações que vão de junho a novembro.

Segundo ele, este é o período de estiagem onde a vegetação está extremamente seca e com a baixa umidade, favorecendo para o descontrole das queimadas e propagação de incêndios. Tenente Xavier explicou que o Plano traça estratégias que são executadas para prevenir e minimizar os riscos e danos de incêndio no município, tanto na zona urbana quanto rural, “a maioria das solicitações da população local são de incêndio em terrenos baldios, pois além de causar complicações respiratórias devido a fumaça, principalmente em crianças e idosos, é uma preocupação a mais em época de pandemia, pois pode superlotar as unidades de saúde”, alertou. Já na zona rural a preocupação é com incêndio nas pastagens, principalmente nas práticas de renovação de pastagem, nos assentamentos, setores sucroenergético, margens de rodovia, cerrado e afins.

O Tenente Xavier orienta a população a não realizar a limpeza de terreno baldio utilizando fogo; não acumular lixo orgânico em terrenos, como restos de poda de árvores, materiais como papeis, madeira, etc; e a realizar aceiros em pastagens para proteção do pasto, animais e propriedades.
Ele explica que a orientação é para diminuir os riscos e impactos de incêndios florestais e urbanos à saúde pública e ao meio ambiente, “a ideia é desconstruir hábitos culturais do uso do fogo para eliminação da área vegetal e limpeza de terrenos. É um risco à saúde, à vida e um ataque ao meio ambiente”.

O comandante ainda lembrou que atear fogo em terreno baldio configura crime de poluição e se o fogo expor a perigo à vida, a integridade física ou o patrimônio o responsável pode ser enquadrado por crime de incêndio cuja pena é de 3 a 6 anos de reclusão acrescida de multa. Em caso de emergência, a população pode ligar no 193.

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