Campo Grande (MS) – A queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pelo segundo ano seguido em 2016, acumulando uma retração de 7,4% nos últimos dois anos, acendeu alerta no governo do Estado. “Quando temos uma queda do PIB, nós temos uma perda de riquezas. O país retornou ao PIB que tinha em 2010. Isso quer dizer que as riquezas geradas entre 2010 e 2016 praticamente sumiram, se exauriram devido ao não crescimento da atividade econômica”, afirmou o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, ao analisar os dados divulgados na terça-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para reduzir o impacto dessa retração da economia brasileira, o governo do Estado tem buscado apresentar Mato Grosso do Sul como uma boa opção de investimento, adotando medidas que fortalecem a competitividade dos empreendimentos já instalados e de outros que já anunciaram implantar ou expandir suas atividades no Estado. “Somos o Estado que atraiu o maior número de investimentos privados no país, mas esses empreendimentos só vão ser sentidos no PIB no longo prazo”, lembrou Jaime Verruck.
O secretário lembra que a queda do desempenho da agropecuária no PIB nacional é preocupante e que esse encolhimento começa a surtir efeito na economia sul-mato-grossense. No entanto, para o ano de 2017, o governo aposta nas estimativas de safra recorde de grãos e nos R$ 2 bilhões disponíveis no Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para assegurar novos investimentos para Mato Grosso do Sul neste ano.
“Não podemos parar. Na agropecuária temos uma projeção de safra recorde para este ano. Isso vai favorecer o PIB agropecuário no Estado. Além disso, temos a disponibilidade de R$ 2 bilhões de recurso do FCO para investimentos em Mato Grosso do Sul. Em cerca de dois meses, já recebemos uma procura significativa por esse dinheiro. Há uma sinalização clara do empresariado nesse sentido, compreendendo que a retomada da economia é possível. Temos ainda outras mudanças internas a fazer, mas nosso foco continua sendo o de mostrar aos investidores, nacionais e estrangeiros, que o Estado é uma opção confiável e segura de investimento”, afirmou o titular da Semade.
O secretário reforça que, mesmo num cenário otimista de crescimento, a recuperação da economia irá caminhar a passos lentos. “A recuperação será lenta, por mais que a gente consiga crescer. Isso nos preocupa e impõe uma série de desafios ao governo do Estado. Temos de otimizar as despesas, fazer os cortes necessários e o ajuste fiscal no âmbito das administração estadual”, afirma.
Além do trabalho em nível estadual, Jaime Verruck defende como fundamental o apoio do governo federal para a viabilização de importantes investimentos atraídos pelo governador Reinaldo Azambuja. “Precisamos de ações de curto prazo do governo federal, como a liberação do leilão de concessão de ferrovias, fundamental para atrair investimentos para o setor e a realização dos leilões de energia, pois hoje temos investimentos relevantes nesse segmento, que só dependem dessa liberação. O governo federal tem que ser um facilitador nesse processo”, finalizou o secretário.