O presidente da Fiems, Sérgio Longen, afirmou durante o lançamento da 22ª edição da Agenda Legislativa da Indústria, pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias), nesta terça-feira (28), em Brasília (DF), que a retomada do crescimento econômico do Brasil está condicionada à aprovação de reformas estruturais no País, como da Previdência Social e a Trabalhista. “Entendo que Brasil só vai retomar o crescimento, a geração de empregos, se forem votadas as reformas. Quando há grandes debates internos, em que se analisa somente o lado daqueles que são beneficiados, a discussão se torna mais difícil. Vejo que hoje o Congresso está mais sensível e aberto a votar essas pautas, porque enxergam a necessidade de construir um Brasil melhor”, analisou.
A Agenda Legislativa é o principal instrumento de diálogo da CNI com o Congresso Nacional. O documento reúne 131 proposições de interesse da indústria, construídas a partir de proposições das 27 federações estaduais da indústria, incluindo a Fiems, e mais de 60 associações setoriais. Destas, 16 estão destacadas como prioritárias e essenciais para a recuperação da confiança dos empresários e, consequentemente, a retomada dos investimentos e empregos.
Participaram da solenidade de lançamento do documento os presidentes do Senado, Eunício Oliveira, da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, além de outros parlamentares de todo o País, enquanto da bancada de Mato Grosso do Sul estiveram presentes o senador Pedro Chaves e os deputados federais Dagoberto Nogueira e Tereza Cristina. Da Fiems também participaram o presidente do Conselho Diretivo da Abigraf Nacional, Julião Flaves Gaúna, que também é presidente do Sindigraf/MS e Abigraf/MS, o presidente do Sindivest/MS, José Francisco Veloso Ribeiro, e o superintendente do Sesi, Bergson Amarilla.
“Na presença de vários senadores, deputados federais e, acima de tudo, o presidente do Senado e da Câmara, além de vários líderes de partidos, pudemos apresentar o posicionamento e anseios da CNI frente as várias pautas que estão no Congresso. Entendemos como algo muito importante esse alinhamento com o Legislativo. Os presidentes das Casas se posicionaram favoráveis as votações, enquanto os parlamentares da bancada de Mato Grosso do Sul vêm acompanhando as nossas posições frente as reformas. Alguns tem posição formada em razão da região que representam, da base de votos, enquanto outros têm a posição de que precisam construir um Brasil melhor”, acrescentou Longen.
Repercussão
Na avaliação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a agenda da indústria representa as mudanças legislativas capazes de restabelecer os fundamentos de uma economia saudável e competitiva. Para ele, há sinais de que o pior da recessão tenha ficado para trás, mas uma retomada sólida depende de mudanças assertivas. “Deliberar sobre a agenda de reformas estruturais é condição imprescindível”, disse, ao lançar a 22ª edição da Agenda Legislativa da Indústria.
Andrade destacou que a Pauta Mínima deste ano, formada por 16 das 131 propostas da Agenda, reforça a conhecida necessidade de promover reformas estruturais no país, sobretudo a da Previdência Social, que tem como objetivo assegurar a sustentabilidade do sistema público de aposentadorias no longo prazo. “A situação atual é insustentável. O gasto total do Brasil com a Previdência, em 2015, alcançou 11,4% do PIB, mais do que os 10,2% do PIB no Japão e os 10,6% do PIB na Alemanha, países em que a população é mais velha do que a brasileira”, analisou. “Mudar a Previdência é uma tarefa inadiável. Se isso não for feito, o sistema entrará em colapso”, acrescentou.
Para o senador Pedro Chaves, a Agenda da Indústria vai contribuir para que o Congresso ajuste a condução das Reformas às demandas da indústria que, para ele, é a grande geradora de empregos do País. “Sabemos que a indústria é o setor que efetivamente gera emprego para a classe trabalhadora. Com essa agenda, estamos alinhando as demandas do setor com o Congresso Nacional, e vamos conseguir verificar se as reformas estão sendo contempladas em sua plenitude. Existem alguns pontos divergentes e estamos ajustamos para que haja uma compatibilização entre os desejos e necessidades da indústria e aquilo que o Congresso pode fazer em prol do setor”, avaliou.
O deputado federal Dagoberto Nogueira também ressaltou que a importância da indústria por ser o setor que alavanca e promove o desenvolvimento do País e de Mato Grosso do Sul. “Sou extremamente favorável a qualquer pauta que fomente a indústria não só no País, mas principalmente em Mato Grosso do Sul, porque vivemos em um Estado essencialmente agrário, e precisamos dos empregos, do desenvolvimento que a indústria traz”, disse.
Congresso
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, destacou que a construção de um consenso para aprovação de propostas como as reformas na Previdência Social, no sistema político-eleitoral e a modernização das relações do trabalho exigirá diálogo e informações qualificadas, que contribuam para o debate no Legislativo. “A Agenda é relevante para se ampliar a sustentação externa para que façamos as reformas e atualizemos leis que estão caducas”, afirmou.
Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, os projetos que melhoram gargalos críticos históricos para o crescimento do país são essenciais para o Brasil chegar a 2018 com mais previsibilidade e com as crises econômica e política superadas. “A reforma da Previdência será um divisor de águas. É a última oportunidade para se fazer uma reforma sem cortar salários e sem cortar aposentadorias”, disse sobre uma das pautas da Agenda.