Aparecida do Taboado (MS) – Um caso de leishmaniose visceral humana confirmado em fevereiro deste ano no município e o aumento de 30% nos casos de animais infectados na cidade estão chamando a atenção da Secretaria Municipal de Saúde e preocupando a população.
A leishmaniose é uma doença transmitida pelo mosquito-palha que já matou 7 pessoas em Mato Grosso do Sul no ano passado e contaminou 125 pessoas em 24 municípios do Estado. Na região Costa Leste, Três Lagoas é o município com o maior índice da doença, tendo 46 casos confirmados e a morte de uma criança de 7 anos entre 2013 e 2017.

Na tarde de terça-feira (3), a Secretaria Estadual de Saúde enviou o gerente (Gilmar Cipriano Ribeiro) e o supervisor técnico (Duílio Aparecido Dias) do Programa Estadual de Controle à Leishmaniose para Aparecida do Taboado a fim de introduzir uma metodologia de trabalho que foca na prevenção.
A capacitação atingiu 36 agentes comunitários de saúde e 17 agentes de combate a endemias. Segundo o secretário municipal de Saúde, Márcio Garcia Galdino, o treinamento é uma forma de orientar “qual a melhor maneira de se fazer a dedetização e como os profissionais podem identificar e solicitar à Coordenação de Vigilância para fazer a captura do mosquito transmissor em todas as áreas da cidade”.

O gerente Gilmar destacou a importância da Secretaria de Saúde priorizar ações de combate ao mosquito transmissor, enfatizando que o grau de letalidade da Leishmaniose é muito maior que a Dengue, Chikungunya e Zika, por exemplo. “A maioria dos municípios priorizam acabar com o Aedes Aegypti e se esquecem do mosquito-palha. A Leishmaniose é uma doença grave, mata e os casos têm aumentado muito no Estado, aqui na região e também no país. É preciso trabalhar para orientar a população também neste sentido”, destacou.
Na quarta-feira (4), a capacitação foi estendida também para médicos e enfermeiros para que eles possam fazer o diagnóstico da doença com maior precisão.
Em Aparecida do Taboado
O assunto já foi manchete no Jornal do Bolsão em janeiro deste ano, quando o coordenador da Vigilância Sanitária, Adilson Valentim de Freitas, afirmou que em 2017 foram registrados 264 casos de Leishmaniose em animais, um aumento de 30% nos últimos 3 anos – dos quais 132 foram confirmados e 76 passaram pela eutanásia.
Ainda na entrevista, Adilson informou que já houveram 2 mortes pela doença no município, sendo uma em 2013 quando um paciente chegou infectado à cidade, vindo do Tocantins, e outra em 2015, quando um aparecidense acabou se tornando mais uma vítima fatal da doença, mas o caso foi registrado em Três Lagoas, onde ele foi atendido. Já o paciente infectado recentemente (em fevereiro) recebeu o tratamento e passa bem.
Prevenção
A Vigilância Sanitária informou que realiza ações de controle à leishmaniose, conforme protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, que inclui a coleta de sangue nos cães no entorno do registro positivo e intensificação das orientações aos moradores. A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica que acomete mamíferos, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, anemia, dentre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. No Brasil, a principal espécie transmissora é o mosquito-palha.
Casos
No Brasil são registrados 2 milhões de novos casos da doença por ano. Depois da malária, a leishmaniose é a segunda doença mais registrada no país.

