Aparecida do Taboado (MS) – Diante do desgaste político que vive o país, reflexo dos inúmeros casos de corrupção que vieram à tona recentemente, os brasileiros estão descrentes não só do político como pessoa, mas do sistema de democracia estabelecido e da falta de impunidade vivida até os dias atuais.
Isso foi o que disse o vereador Marcelo Fagundes (DEM) na sessão desta segunda-feira (9). Ele, que foi o 3º vereador mais votado no município, usou a tribuna, em tom desanimador, para falar da insatisfação que tem sentido em ocupar um cargo eletivo na atual conjuntura política do Brasil.
“Eu fui honesto minha vida inteira, sempre trabalhei duro, fui guerreiro e agora, porque virei vereador, sou obrigado a ouvir que não presto mais. Me apontam na rua como mentiroso, aproveitador e outras coisas que até tenho vergonha de repetir. As pessoas desconhecem o papel do vereador, não entendem como funciona a hierarquia política e se acham no direito de julgar e apontar e, o pior, de ofender. Estou decepcionado com tudo isso e não sei se quero continuar minha carreira política”, disse ele.
Marcelo ainda afirmou que tem ouvido repetidamente pelas ruas da cidade “que vereador não presta” e garantiu: “isso é uma injustiça e dói escutar. Ninguém vê o tanto que a gente ajuda a população, corre atrás do que é melhor pra cidade, luta contra as coisas que não concorda, faz das tripas coração para dar o nosso melhor. Nós somos os pára-choques da administração, mas infelizmente não temos a caneta nas mãos”, desabafou.
Aproveitando o gancho, o vereador Zezão do PT tentou mostrar uma saída: “a classe política está desgastada no país. Cabe a nós mostrarmos porque estamos aqui. Eu estou no meu 4º mandato e sei que as coisas são assim. Muitos torcem contra, inventam coisas, mas nós temos que ser firmes e seguir em frente buscando e lutando por aquilo que acreditamos que os resultados acontecem”, disse ele, elencando algumas das suas conquistas ao longo de 13 anos de carreira política.
