Aparecida do Taboado (MS) – A União Europeia anunciou nesta quinta-feira (19) a proibição de 20 frigoríficos brasileiros de exportar carne de frango para o bloco econômico. O embargo entrará em vigor 15 dias após a decisão ser oficialmente publicada.
No entanto, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, anunciou que o Brasil vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para retomar as exportações. Para ele, a ação da União Europeia se trata de guerra comercial, já que o governo brasileiro vem aumentando a inspeção sanitária nos produtos exportados desde o ano passado. “Estão aproveitando para nos tirar do mercado em nome da sanidade, o que não é verdadeiro”, afirmou.
A lista ainda não foi divulgada oficialmente pela UE, mas o G1 teve acesso e divulgou na tarde de ontem. Conforme o site do Grupo Globo, o Estado mais prejudicado pelo embargo foi o Paraná, com 8 unidades proibidas de exportar. A unidade da BRF em Toledo deu férias coletivas a 2 mil funcionários logo após sair a decisão da UE.
Em seguida está Santa Catarina, com 3 unidades. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Goiás tiveram cada um 2 unidades afetadas e São Paulo também teve um frigorífico vetado.
Unidade Bello
O frigorífico Bello Alimentos é uma das empresas que foram vetadas pela UE no Estado. Procurado por nossa equipe na manhã desta sexta-feira (20), o gerente geral da unidade em Aparecida do Taboado (Frango Ouro), Franciel Salvático, explicou que a proibição se aplica à unidade instalada em Itaquiraí-MS, e que embora faça parte da lista divulgada, isso afeta apenas a linha de produtos salgados, e que a produção in natura continua sendo exportada normalmente, “o veto na produção dessa linha de produtos por essas unidades para a UE, trata-se de uma retaliação comercial que consiste em proteger os produtores daqueles países que não possuem condições de concorrer com as empresas exportadoras do Brasil”, esclareceu.
No entanto, Franciel acredita que, com a proibição, todas as unidades do país serão afetadas, até mesmo as que não exportam para o bloco econômico, porque isso impactará diretamente no mercado interno, “toda a produção da gigante BRF, por exemplo, que também foi embargada, irá circular dentro do país e isso acabará nos prejudicando, de certa forma. Com esse direcionamento para o mercado interno, vai afetar o preço de venda devido ao excedente de produto, além disso o custo de produção do frango vem subindo muito devido as altas no preço do milho que é um dos principais ingredientes da ração. São fatores que, com certeza, trarão algum certo de prejuízo para todas as empresas do segmento”, explicou.
Questionado sobre corte de funcionários ou férias coletivas na unidade local, o gerente afirmou que, por hora, está fora de cogitação.
Veja abaixo a lista das unidades proibidas de exportar para a UE:
BRF S.A.
A empresa teve 12 frigoríficos afetados. São eles:
Ponta Grossa (Paraná)
Concórdia (Santa Catarina)
Dourados (Mato Grosso do Sul)
Serafina Correa (Rio Grande do Sul)
Chapecó (Santa Catarina)
Capinzal (Santa Catarina)
Rio Verde (Goiás)
Marau (Rio Grande do Sul)
Toledo (Paraná)
Várzea Grande (Mato Grosso)
Francisco Beltrão (Paraná) – unidade da SHB, subsidiária da BRF.
Nova Matum (Mato Grosso) – unidade da SHB.
Copacol – Cooperativa Agroindustrial Consolata
Unidade de Cafelândia (Paraná)
Copagril – Cooperativa Agroindustrial
Marechal Cândido Rondon (Paraná)
Zanchetta Alimentos Ltda
Boituva (São Paulo)
Sao Salvador Alimentos S/A
Itaberaí (Goiás)
Bello Alimentos Ltda
Itaquirai (Mato Grosso do Sul)
Coopavel – Cooperativa Agroindustrial
Cascavel (Paraná)
Avenorte Avicola Cianorte Ltda
Cianorte (Paraná)
LAR Cooperativa Agroindustrial
Matelândia (Paraná)
