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Sem acordo, Simone e Renan vão para o enfrentamento

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     Campo Grande (MS) – Desde que anunciou a candidatura à presidência do Senado, a senadora Simone Tebet (MDB) tem recebido romaria de senadores em seu gabinete. Correligionários e integrantes de outros partidos, como os senadores Tasso Jereissati (PSDB) e Major Olímpio (PSL) têm garantido apoio à eleição de Simone. Esses dois, inclusive, já afirmaram que abrem mão das próprias candidaturas na hipótese de ela ser consagrada a candidata do MDB. 
     Ontem, em conversa por telefone com o senador Renan Calheiros (MDB-CE), Simone Tebet comunicou a decisão de disputar com ele, dentro do partido, a cadeira de presidente do Senado. Como nenhum dos dois abre mão de concorrer ao comando da Casa, eles terão de bater chapa dentro da bancada, formada por 12 senadores. Hoje, a candidatura de Simone está em ascensão, em detrimento de Renan, que sofre rejeição política e popular.  
     “Eu falei com ele [Renan] por telefone da importância de ter outro nome até por essa questão de dúvida se ele já teria votos da maioria [da bancada]. Eu disse que não iria pedir votos antes de comunicá-lo da minha candidatura”, disse a senadora sul-mato-grossense. “Ele disse que entendia, que ele também se coloca como candidato, e ficamos de conversar mais [sobre a disputa] na semana que vem”, completou.
     Simone afirmou que recebeu apoio de correligionários antes de anunciar sua candidatura ao comando do Senado. “Aqui nós temos uma máxima: ninguém é candidato de si mesmo. Então, é claro que tive apoio para dar esse passo”, disse. Mas não é apenas dentro do MDB que a senadora tem conquistado apoiadores. Nos últimos dias, conforme ela, têm ocorrido muitos pedidos de emedebistas que, preocupados com a possibilidade de derrota de Renan, reconhecem nela a oportunidade de o partido garantir a presidência. “Dentro do partido ele até tem apoio, mas no plenário pode ser que não”, comentou Tebet.
     Ainda de acordo com ela, senadores do MDB também a procuraram e demonstraram preocupação com a candidatura do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). 
     Segundo relatos de parlamentares, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni tem participado pessoalmente das articulações contra Renan e a favor do senador do Amapá. Mas, conforme Simone, o governo não está apoiando Alcolumbre até por conta da governabilidade, já que três ministros são do DEM (Lorenzoni; Tereza Cristina, da Agricultura e Luiz Henrique Mandetta, da Saúde).
     “Ele (Alcolumbre) se diz candidato do governo, mas o próprio governo já disse que ele não é. Se fosse estariam colocando a presidência do Senado como um fim em si mesmo”, afirmou Simone ao referir-se à governabilidade que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) precisa para aprovar medidas importantes como, por exemplo, a Reforma da Previdência. “Não se vota uma reforma da Previdência já de pronto não tendo a maior bancada apoiando”, destacou.
     Ontem pela manhã, o MDB afirmou em nota que “em nenhum momento, esta candidatura (de Simone) divide” a sigla. Os senadores do partido devem se reunir no dia 29 deste mês para definir a candidatura à presidência do Senado. No dia 1º de fevereiro acontece a eleição.

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