Aparecida do Taboado (MS) – O número de casos notificados de Dengue em Aparecida do Taboado já é 533% maior que o registrado em 2018 e a situação preocupa os órgãos de Saúde, que intensificaram as ações para evitar a proliferação do mosquito e controlar a doença no município.
Segundo a Coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Mírian Regina, até quarta-feira (13) Aparecida do Taboado já registrava 96 notificações, das quais 12 haviam sido confirmadas. Segundo ela, estes números são bastante preocupantes, já que no ano passado o município teve apenas 18 casos notificados, com poucas confirmações, e eles estão subindo em velocidade desanimadora.
Mírian destacou que a maior incidência das notificações tem ocorrido em 5 bairros da cidade, principalmente no Jardim Imperial e Jardim Félix, “mas também temos muitos casos no Tia Chica, Jardim Samara e Jardim Wilson Lucas”, acrescentou. De janeiro até o dia 13 de fevereiro, a Secretaria de Saúde já havia identificado [e eliminado] 222 focos do mosquito.
Diante da situação, que coloca o município em estado de alerta para possível epidemia da doença, a Controladoria de Vetores instalou equipes de bloqueio químico e de controle mecânico, pulverizando 125 quarteirões com o inseticida UBV, atingindo 1.312 casas com o uso da máquina costal motorizada, totalizando 137 litros do veneno.
O Coordenador do Controle de Vetores, José Fernando, explicou que quando há uma notificação é feito um raio de bloqueio que, muitas vezes, atingem o bairro todo. “Quando temos uma notificação, nós já fazemos, automaticamente, o bloqueio químico, que é a aplicação do inseticida com o uso da máquina costal, e o bloqueio de controle mecânico, que é uma espécie de arrastão, onde recolhemos os objetos que possam servir de criadouro para o mosquito”, detalhou.
Além disso, Mírian disse que esta semana a Secretaria de Saúde solicitou e o Governo do Estado autorizou o envio do ‘carro fumacê’ para atender toda a cidade. Conforme a programação, 453 quarteirões deverão ser atendidos, “já estamos bem próximos de uma epidemia e este veículo vai nos auxiliar a combater o mosquito”. No entanto, ela fez um alerta à população: “é imprescindível que os moradores cuidem dos quintais, dos terrenos baldios e não deixem expostos, de forma nenhuma, objetos que possam acumular água e colaborar para a proliferação do mosquito”. “É importante destacar também que a Dengue pode matar”, reforçou ela.
No combate ao mosquito da Dengue, a participação popular é fundamental. Evite água parada em pneus, chachim de plantas, recipientes de animais domésticos, brinquedos velhos, entre tantos outros objetos que servem de criadouro para o mosquito, e mantenha caixas d’água sempre fechadas.
A dengue é uma doença febril aguda, que pode apresentar um amplo espectro clínico: enquanto a maioria dos pacientes se recupera após evolução clínica leve e autolimitada, uma pequena parte progride para doença grave. Fatores de risco individuais determinam a gravidade da doença e incluem idade, comorbidades (doenças pré-existentes) e infecções secundárias.
MS notifica quase três novos casos de dengue por hora
Em 35 dias de 2019, a Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) notificou 2.347 casos de dengue no estado, segundo boletim epidemiológico divulgado no dia 4 de fevereiro. A média, é de 67,05 registros por dia, ou 2,79 por hora.
Dos 79 municípios do estado, 53 notificaram pelo menos um caso neste ano. O município de Três Lagoas, no leste do estado lidera o número geral de notificações, com 939 registros e ainda tem disparado a maior incidência com 856,5 por 100 mil habitantes.
Com essa taxa, Três Lagoas ao lado de Água Clara, Selvíria, Rochedo, Sidrolândia e Figueirão, são os seis municípios de Mato Grosso do Sul que foram enquadrados pela SES com a classificação de alta incidência para a doença.
Essa classificação ocorre quando são registrados mais de 300 casos por 100 mil habitantes.
Em número total de notificações, após Três Lagoas aparece Campo Grande. A capital tem um total de 754 registros, mas por conta do tamanho de sua população, ainda tem uma baixa incidência, 90,6 por 100 mil habitantes, quase dez vezes menor que a do município do leste do estado.
No ranking, Aparecida do Taboado apareceu em 8º lugar com incidência de 151,7, 36 casos notificados e 4 confirmados. No entanto, o número já é (até o dia 14/02) de 96 e 12, respectivamente.
