Campo Grande (MS) – O governador Reinaldo Azambuja disse nesta segunda-feira (27) que é necessária a participação de toda a sociedade na proteção de mulheres vítimas de violência. “Em briga de marido e mulher se mete a colher, sim”, defendeu ele no lançamento da Campanha de Combate ao Feminicídio em Mato Grosso do Sul.
Tipificado em 2015, o feminicídio é o assassinato de mulheres – motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero. É única modalidade de crime que cresceu no Estado no primeiro quadrimestre de 2019, na comparação com o mesmo período do ano passado. As estatísticas foram reveladas por Reinaldo Azambuja.
“Reduzimos índices de vários crimes: 38% menos roubos a estabelecimentos comerciais; 28% menos latrocínios; 28% menos roubos a veículos; e 13% menos homicídios dolosos. Mas no feminicídio tivemos aumento de 8,33%; e nas tentativas de feminicídio aumento de 100%”, lamentou o gestor.
Para ele, o “despertar” da sociedade no combate à violência contra a mulher ocorre com a união entre o poder público e as pessoas. “O Governo faz campanha publicitária e convoca instituições, mas precisamos da participação de todos para evitar que mulheres continuem sendo vítimas, principalmente dentro do lar. Quem ama não mata”, frisou o governador.
Conscientização
Por meio da Campanha de Combate ao Feminicídio em MS, o Governo do Estado busca informar e conscientizar a sociedade civil sobre as formas de violência contra a mulher e suas consequências, como o feminicídio. Serão realizadas diversas atividades pelos 79 municípios: caminhadas, panfletagens, blitzes educativas, palestras e rodas de conversa. É prevista a participação da atriz e ativista Luiz Brunet na campanha.
“Nosso objetivo é unir esforços no engajamento, nesta luta de combate à violência de gênero. O País registra a cada duas horas um feminicídio (…) Em Mato Grosso do Sul, só em 2019, foram 16 mortes violentas de mulheres com idades entre 17 e 56 anos. Três delas indígenas”, revelou a subsecretaria de Cidadania de MS, Luciana Azambuja.
No Estado, a Lei 5.202, de autoria do Executivo, instituiu o dia 1° de junho como “Dia Estadual de Combate ao Feminicídio”. A normativa também regulamenta a “Semana Estadual de Combate ao Feminicídio”. Desde que a lei passou a vigorar em 2018, 124 mulheres morreram em Mato Grosso do Sul. Outras 160 mulheres sobreviveram as tentativas de feminicídio.
“Não podemos mais tolerar essa realidade. Precisamos do engajamento de todos, chamar a atenção de todas as pessoas e levar esse trabalho de conscientização para todos os municípios de Mato Grosso do Sul”, afirmou a primeira-dama Fátima Azambuja, que também participou do lançamento da campanha estadual.
Organização
A Campanha de Combate ao Feminicídio em Mato Grosso do Sul é realizada em conjunto pelo Executivo, Legislativo e Judiciário. Os principais parceiros da iniciativa são a Assembleia Legislativa do Estado (ALMS), o Tribunal de Justiça (TJMS), o Ministério Público Estadual (MPMS) e a Defensoria Pública.
Durante o lançamento da campanha, o CEO da empresa VSK Tactical, Marcellus Ferreira Pinto, doou para a Delegacia da Mulher de Campo Grande um veículo da marca Jeep, modelo J8, para ser utilizado nas ações de combate à violência contra a mulher. A nova viatura já está equipada com giroflex, lâmpadas de led e sirene – adaptada para patrulhamento em áreas urbana e rural.
Marcaram presença no lançamento o presidente da ALMS, deputado estadual Paulo Corrêa; o presidente do TJMS, desembargador Paschoal Carmello Leandro; o procurador-geral de Justiça de MS, Paulo Passos; e subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres de MS, Giovana Correa Vargas; além dos secretários estaduais Eduardo Riedel (Governo e Gestão Estratégica), Antônio Carlos Videira (Justiça e Segurança Pública) e Maria Cecilia Amendola da Motta (Educação).