Lúcio Roberto Queiroz da Silva, de 36 anos, se entregou à polícia na tarde desta terça-feira (8). O policial militar era procurado há três dias por matar a tiros a própria esposa, Regianni Araújo, de 32 anos, depois de assassinar o corretor de imóveis Fernando Enrique Freitas, de 31 anos. O crime aconteceu no último sábado (5), em Paranaíba, distante 422 quilômetros da Capital.
A apresentação do autor estava prevista para esta tarde, conforme antecipou pela manhã o advogado de defesa José Roberto Rodrigues da Rosa, contratado pela família do policial militar para cuidar do caso.
Segundo o ele, após cometer o crime, Lúcio seguiu para uma propriedade rural – a localização exata não foi revelada – onde ficou escondido até hoje. “A preocupação em se me manter em um local seguro era preservar sua própria vida, uma vez que chegaram informações de que ele poderia ser morto por familiares da vítima”, afirma José Roberto.
Antes de ser levado para delegacia, Lúcio se apresentou ao comandante da Polícia Militar Ambiental do município de Paranaíba. O mandado de prisão preventiva já havia sido expedido. Agora, a defesa estudará a possibilidade de transferir o PM para Campo Grande.
“Por ser policial militar tem prerrogativa de ficar em uma unidade militar, então deve ser levado para Campo Grande, que tem um local próprio”, analisa o advogado, lembrando que isso dependerá de alguns fatores, uma vez que a prisão de Lúcio é temporária e deverá ficar à disposição de quem investiga o caso. “Tem que ver a logística caso ele precise voltar”.
O caso
O duplo assassinato aconteceu na noite de sábado (5), depois que o PM recebeu prints de conversa entre a esposa e o corretor, colega de Regianni em grupo de pedal, também casado. Foi a mulher de Fernando quem delatou o suposto caso ao policial, conforme a investigação.
Transtornado, Lúcio vasculhou o celular da esposa e não encontrou qualquer evidência de traição. Mesmo assim, saiu à procura do homem. Ele atirou no tórax e nas costas de Fernando, que estava com a mamadeira da filha de pouco mais de 1 ano na mão. No imóvel, foram encontrados cinco cápsulas de munição.
Depois, o PM voltou à casa dos pais dele, onde a mulher estava deitada no sofá e a matou. O crime aconteceu na frente de várias pessoas, inclusive do filho do casal. O pai de Lúcio tentou desarmá-lo, mas ele não parou de atirar. O policial fugiu no carro do pai, um Fiat Siena branco.