Billie Eilish foi a grande vencedora do Grammy 2020 neste domingo (26). A cantora de 18 anos levou as quatro categorias principais – revelação, melhor álbum (“When We all Fall Asleep, Where Do We Go”), melhor música e melhor gravação (“Bad guy”) – e também melhor álbum de pop vocal.
Com isso, ela se tornou a segunda artista da história a vencer nas maiores categorias no mesmo ano. Christopher Cross era o único desde suas vitórias em 1981. Eilish agora é a mais jovem a conseguir todos.
Em um de seus discursos, ela preferiu lembrar dos fãs.
“Sinto que eles não foram falados o suficiente essa noite, porque eles são a única razão pela qual estamos aqui. Então muito obrigado aos fãs”, disse ao ganhar na categoria de revelação do ano.
“Amo todos que estavam nessa categoria comigo. Conheço os fãs de vocês, eles amam vocês, vão te ajudar muito, e vão me xingar por anos por causa dessa noite.”
Em seguida, ela ganhou melhor disco e disse que Ariana Grande merecia o prêmio. “Nós não escrevemos um discurso porque não fizemos esse álbum para ganhar um Grammy”, afirmou Finneas O’Connell, irmão da cantora.
Pouco depois, ao ganhar com a melhor gravação, os dois riram e apenas voltaram rapidamente ao microfone para um dos agradecimentos mais rápidos do evento. “Obrigado.”
Ironicamente, a única categoria em que a jovem perdeu foi na de melhor performance solo de pop, na qual sua “Bad guy” perdeu para a “Truth hurts”, de Lizzo, cantora que tinha o maior número de indicações na noite, oito. Ela acabou vencendo apenas três.
Amor a Kobe
Lizzo foi a responsável pela abertura do evento, com direito a uma rápida homenagem a Kobe Bryant, jogador de basquete que morreu neste domingo em um acidente de helicóptero.
A noite foi marcada por lembranças ao atleta. A maior delas foi o discurso da apresentadora Alicia Keys, que ainda cantou uma versão de “It’s So Hard to Say Goodbye to Yesterday” acompanhada dos donos da canção, “Boyz II Men”.
“Estamos todos sentindo uma profunda tristeza agora”, disse Alicia.
“Porque todo o mundo perdeu um grande herói. Estamos todos agora na casa que Kobe construiu. Agora Kobe e sua filha Gianna, e todos que perdemos hoje, estão conosco em espírito.”
Ele também foi lembrado durante o show do Aerosmith com o Run DMC e o tributo ao rapper Nipsey Hussle, morto a tiros em 2019.
Shows, retornos e despedidas
Lizzo agitou a premiação com uma mistura de alguns de seus maiores sucesso e direito à sua clássica flauta. “Essa noite é pelo Kobe”, afirmou, antes de começar.
O casal Gwen Stefani e Blake Sheldon fez uma apresentação emocional após o tributo ao jogador. Eles foram seguidos pelos Jonas Brothers.
Tyler, The Creator então subiu ao palco acompanhado de Charlie Wilson e Boyz II Men para uma versão de “Earfquake” e, depois, um apresentação explosiva com pirotecnia e dançarinos – e sua clássica peruca loira tigelinha.
Prince, ídolo morto em 2016, ganhou um tributo liderado por Usher, passando por versões de sucessos como “Little red Corvette” e “Kiss”. O cantor foi acompanhado de FKA Twigs, que mostrou toda sua habilidade no pole dance, e de Sheila E.
Camila Cabello fez uma emocionante performance de “First man”, com homenagem no telão ao pai, Alejandro, que não conseguiu conter algumas lágrimas na plateia.
A curta apresentação de Brandi Carlile e Tanya Tucker foi seguida pela grandiosidade de Ariana Grande.
Meio que para provar à organização do Grammy o erro do desentendimento em 2018, a cantora fez um show com direito a troca de roupa, dançarinas e até cenário. Do palco para uma grande cama, Ariana passou por “Imagine”, “7 rings” e “Thank u, next”.
Billie Eilish, acompanhada por seu irmão, Finneas O’Connel, fez uma apresentação contida de “When the party’s over”.
Em seguida, a jovem deu lugar aos veteranos do Aerosmith, que abriram a apresentação com “Living on the edge” e depois receberam o Run DMC para a clássica “Walk this way”. O grupo de rock não contava com seu baterista original, Joey Kramer, que chegou a processar a banda para poder participar do show.
A apresentadora de TV Ellen DeGeneres chamou ao palco a apresentação especial de Lil Nas X, lembrando da coragem do cantor ao revelar para o mundo que é gay. “Inspirou milhões ao redor do mundo”, falou a comediante.
Com os coreanos do BTS, estreantes na premiação, Billy Ray Cyrus, Diplo e outros convidados, Nas X fez uma bela versão do maior sucesso de 2019, e ainda recebeu o veterano Nas.
Voltando à emoção, Demi Lovato lançou seu novo single, “Anyone”, em uma performance simples ao piano, depois de mais de um ano afastada dos palcos. Em 2018, ela deu um tempo na carreira após uma overdose.
O tributo a Nipsey Hussle, rapper morto a tiros em 2019, emocionou os presentes mais uma vez. A homenagem com coral foi liderada por John Legend, DJ Khaled, Meek Mill, Roddy Ricch, Kirk Franklin e YG, cantor que tinha sido preso na sexta-feira (24) sob suspeita de roubo.
Her e Bonnie Rait fizeram duas apresentações breves, seguidas por Gary Clark Jr.
Com a banda The Roots, o guitarrista cantou a música que lhe deu o dois de seus três Grammys da noite, “This land is mine” (melhor música de rock e melhor performance de rock).
Para encerrar as apresentações da noite, um grupo composto por War and Treaty, Ben Platt, Common, Misty Copeland, Camila Cabello, Cyndi Lauper, Gary Clark Jr., um coral de estudantes e bailarinas fizeram uma homenagem ao produtor do Grammy, Ken Ehrlich, que se despede da premiação. Eles cantaram juntos “I Sing the Body Electric”, do filme “Fama” (1980).