Um suporte para autonomia de cadeirantes e um repelente contra carunchos em embalagens alimentícias, respetivamente, os projetos com os quais os alunos das escolas do Sesi de Dourados e de Aparecida do Taboado estão concorrendo no Prêmio Febrace 2020 (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia). Em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os projetos de 750 estudantes de todo o Brasil estão sendo avaliados ao vivo, mas a distância, por pesquisadores desde terça-feira (24/03), sendo que os vídeos sobre os projetos estão online para visitação.
Pela Escola do Sesi de Dourados, foi apresentado o “Projeto Suporte para Autonomia de Cadeirantes”, desenvolvido pelos alunos Luana Heck dos Santos, Lucas Diosnel Duarte Cano e Samuel Alves Alencar sob a orientação dos professores Diego Corrêa da Silva e Cristiane Girelli. O projeto está concorrendo ao Prêmio Febrace Virtual e pode ser votado pelo link https://febrace.org.br/virtual/2020/SOC/110/.
Trata-se de um carrinho adaptável para cadeiras de rodas que auxilie cadeirantes em supermercados, buscando contribuir para sua maior autonomia e inclusão na sociedade. A diretora da Escola do Sesi de Dourados, Sibele Garcia e Silva, é extremamente importante para os estudantes. “Eles representam a nossa escola. Podemos dizer que eles são jovens cientistas, que desenvolveram o projeto que vai melhorar a vida de outras pessoas”, pontuou.
Ela completa que o trabalho deles é referência e estímulo para todos os outros alunos da Escola do Sesi de Dourados. “Além disso, serve para reafirmar o investimento da Rede Sesi de Ensino na área de pesquisa científica. Os nossos alunos desenvolvem trabalhos de cunho universitário e são preparados para a vida intelectualmente e profissionalmente”, ressaltou.
Participação
Para os alunos, participar da premiação é uma experiência enriquecedora nos âmbitos intelectual e cognitivo. “A apresentação traz uma experiência de conversar com pessoas que você nunca viu e explicar para eles a importância do seu projeto. Creio que me ajudará muito no futuro a ganhar essa facilidade de comunicação”, disse o estudante Lucas Cano.
O estudante Samuel Alencar compartilha da mesma opinião. “A gente aprende mais sobre pesquisa, sobre os processos de desenvolvimento de projetos sob a orientação dos avaliadores e tem mais contato com a universidade, que é um ambiente do qual iremos participar futuramente”, falou.
A estudante Luana dos Santos lamenta o fato de não poder participar presencialmente. “Fiquei empolgada de poder ir para a USP concorrer a Febrace, infelizmente, devido ao novo coronavírus não pude ir. Ainda assim tive a experiência de participar virtualmente, junto com meus colegas. E está sendo muito incrível e estou aprendendo bastante. Os avaliadores elogiaram bastante meu projeto e falaram da importância de desenvolver uma pesquisa extracurricular”, afirmou.
Os orientadores comentam a forma como participar de projetos extracurriculares possibilita o desenvolvimento dos estudantes. “Estamos conseguindo divulgar esse projeto, que é um dos traz o protagonismo dos alunos e uma nova abordagem do professor. Participar da Febrace concretiza esse trabalho e temos que expandir cada vez mais para nossa realidade”, disse o professor Diego da Silva.
A professora Cristiane Girelli completa que é um aprendizado gratificante. “Acredito que a nossa participação soma tanto para nossos alunos como para nós profissionais, professores e toda equipe envolvida nesse processo. Esse sentimento de ousadia e inovação na educação básica na educação básica proporciona aos alunos vê-los como pesquisadores e desperta neles essa inquietude e transformação da realidade social”, declarou.
Repelente
Pela Escola do Sesi de Aparecida do Taboado, foi apresentado o “Projeto Repelente contra Carunchos em Embalagens Alimentícias”, desenvolvido pelos alunos Diego Soares Ribeiro, Igor Guissani Bruno e João Victor Ramos Sidrônio dos Santos sob a orientação do professor Vinicius Agostini Machado. O projeto está concorrendo ao Prêmio Febrace Virtual e pode ser votado pelo link https://febrace.org.br/virtual/2020/SAU/148/.
Trata-se de um repelente para evitar a proliferação dos carunchos dentro de embalagens alimentícias, sendo que o projeto testou a eficiência do extrato concentrado dos frutos de noni (Morinda citrifolia) como agente repelente a esses insetos. O estudante Diego Soares ressalta o aprendizado envolvido na produção do projeto, além do conhecimento científico compartilhado.
“A importância do nosso projeto se dá a partir de que nós comprovamos que o extrato da Morinda citrifolia é repelente ao Sitophilus zeamais e que a sua aplicação em embalagens alimentícias é eficiente e importante, e futuramente ela poderá ser aplicada em embalagem plástica também”, declarou o estudante. O professor Vinícius Machado explica que em 2017 foi lançado o desafio de criar um time de iniciação científica na Escola do Sesi de Aparecida Taboado e, desde então, tem sido um período de muito esforço e dedicação, mas acima de tudo de muitas alegrias e satisfação.
“Pelo segundo ano consecutivo somos finalistas de uma das maiores feiras de iniciação científica do Brasil, a Febrace. Para este ano, temos um projeto com uma proposta simples e grandiosa, que é utilizar o noni como repelente aos carunchos. Estou muito orgulhoso de meus orientandos que dedicaram um grande esforço para chegar até aqui, foi um trabalho árduo mas valeu a pena, estamos confiantes que iremos nos destacar neste grande evento”, pontuou o professor.
A diretora da Escola do Sesi de Aparecida do Taboado, Silvia Watanabe, acrescenta que a participação na Febrace é de extrema grandeza para os estudantes. “É um aprendizado para vida toda. A Escola do Sesi oportuniza a Iniciação Científica incentivando nossos alunos a desenvolverem projetos significativos como este que será apresentado na Febrace”, finalizou.