Aparecida do Taboado (MS) – De autoria do senador Fabiano Contarato (Rede ES), o Projeto de Lei (2564/2020) que estabelece piso salarial para a categoria, tramita no Congresso Nacional e promete beneficiar pouco menos de 2,4 milhões de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem no país.
A proposta estabelece um piso salarial nacional de R$ 7,3 mil mensais para enfermeiros, de R$ 5,1 mil para técnicos de enfermagem, e de R$ 3,6 mil para auxiliares de enfermagem e parteiras – valores correspondentes a uma jornada de 30 horas semanais. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, confirmou que será realizada reunião virtual na segunda-feira (10), às 16h, para debater o projeto de lei.
Para que o projeto seja aprovado no Congresso, os profissionais que representam mais da metade do total de trabalhadores da Saúde no país estão se mobilizando nas redes sociais para chamar atenção sobre o tema e em Aparecida do Taboado não seria diferente.
Dione Karraro é profissional de saúde há 12 anos e trabalha diretamente com pacientes internados com Covid-19, segundo ele, as redes sociais são fundamentais para que o assunto chegue à mais pessoas e consiga pressionar votos favoráveis para a aprovação do Projeto de Lei.
“Aqui no Taboado várias pessoas aderiram ao movimento e é importante além de recebermos congratulações pelo nosso trabalho, também ter o reconhecimento através de um salário digno e condições para executarmos nossa função”, disse.
Além do Dione, a enfermeira Tatiane Bernardes que já ocupou cargo de Secretária Municipal de Saúde, também comentou sobre o movimento e explicou que no Mato Grosso do Sul, três senadores do MS já sinalizaram votos a favor do projeto.
“Sabemos que a caminhada só está começando, pois se aprovado no Senado ainda temos que ter a aprovação da Câmara Federal e do Presidente da República. Nossa preocupação é com todos os nossos colegas de profissão que precisam ter mais de um emprego para conseguir renda suficiente ou precisa realizar plantões extras exaustivos para conseguir ter um salário melhor”, disse.
Coronavírus
Quando questionados sobre o enfrentamento do Covid-19 no município, os profissionais de saúde relembraram os números de colegas de profissão que foram infectados com o vírus durante esse período.
De acordo com os números do Conselho Nacional de Enfermagem (COFEN), desde o início da pandemia mais de 564 enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem morreram de Covid-19. Em 2020, 44.441 enfermeiros, técnicos e auxiliares foram afastados do trabalho e colocados em quarentena após serem infectados pelo coronavírus, um número significativo dentro de um universo de pouco mais de 2 milhões de trabalhadores da área.
“Eu me infectei na linha de frete e além de cuidar de mim e me recuperar bem, eu me preocupei em não transmitir para a minha família em casa e os cuidados foram redobrados, é uma responsabilidade muito grande”, disse Dione.
Para ele, os aparecidenses ‘relaxaram’ quando o quesito é distanciamento social e é preciso cuidado, “no começo as pessoas que eram internadas eram mais idosas, mas hoje em dia, a situação mudou, pois, uma massa mais nova está sendo acometida pelo vírus”.
Tatiane concordou com o colega e disse que no início a pandemia teve suas dificuldades pois haviam muitas dúvidas em relação ao vírus.
“Atualmente nós estamos mais preparados, mas ainda sim precisamos contar com o apoio da população porque muita gente ainda não entendeu a gravidade da doença”, finalizou.
