Teve início na manhã desta quarta-feira (22) em Aparecida do Taboado-MS, a expedição de caiaque que percorrerá 830 km do rio Paraná no Brasil, a Travessia do Bem.
A expedição partiu da nascente do Rio Paraná em Aparecida do Taboado e terminará na Usina Itaipu em Foz do Iguaçu-PR e reúne uma equipe de 7 pessoas entre biólogos e fotógrafos que tem o objetivo de registrar boas ações sobre Proteção Ambiental no Rio Paraná, que impacta a vida de mais de 60 milhões de brasileiros em torno da sua bacia hidrográfica.
Ao Costa Leste News, Marcelo Figueiral, idealizador e coordenador do projeto, disse que a ideia de realizar uma expedição aconteceu no ano passado, “Durante a pandemia, eu senti a necessidade de criar alguma iniciativa com o propósito: precisamos construir represas de coragem, para conter a correnteza do medo. Nós escolhemos o segundo maior rio brasileiro, o Rio Paraná, que vai até o Uruguai, mas iremos percorrer todo o trajeto brasileiro que é 830 km”, explicou.
Segundo Marcelo, após ter a ideia do projeto, ele reuniu outros voluntários de Curitiba-PR, como ele, Rio de Janeiro-RJ e Itajuba-MG que planejaram todo o trajeto de forma on-line e se encontraram pela primeira vez presencialmente na terça-feira (21).
Durante a expedição, que será finalizada em 23 de outubro, a equipe percorrerá 28 localidades, 24 portos fluviais, 14 parques e reservas naturais e 04 represas e usinas hidrelétricas.
Questionado pela nossa reportagem sobre a baixa do rio em razão da estiagem e as dificuldades que esse fenômeno ocasiona, o idealizador do Travessia do Bem informou que a maior dificuldade nessas situações é para o barco veleiro, ponto de apoio que acompanha a equipe, já que o caiaque consegue navegar com apenas 20 ou 30 cm de água. “A característica de encontrar o rio em uma forte estiagem não deixa de ser algo importante para documentar historicamente com todas essas mudanças climáticas”.
Durante o percurso os voluntários em parceria com a ONG Consciência Limpa doarão 4 placas solares, bateria, inversos e suporte com potencial de 1,2kw para as Comunidades Ribeirinhas que vivem em locais mais remotos. Além disso, os remadores, em parceria com a ONG Rio Paraná, coletarão amostras das águas do Rio Paraná desde a nascente até Foz do Iguaçu que serão entregues para laboratórios para analisar a qualidade da água.
Acesse o site para conhecer a iniciativa e siga @travessiadobem no instagram para acompanhar a aventura.
SOS Rio Paraná
Segundo Marcelo Figueiral, o contato com Leila Mussi, proprietária da Pousada São Matheus, local onde os voluntários se hospedaram em Aparecida do Taboado, aconteceu através de indicação do ‘Chico’, integrante do Piratas da Ilha de Ilha Solteira-SP.
“Ele indicou a Leila pois ela tem uma preocupação muito forte com a proteção ambiental na região e ela nos acolheu”, disse.
Leila Mussi é presidente do SOS Rio Paraná, grupo que reivindica ações para a preservação do Rio Paraná, bem como a retirada do emissário de esgoto de instalado pela empresa Sanesul do rio e a revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico.