Após participar na sexta-feira (18/03) de reunião na Governadoria, em Campo Grande, entre o governador Reinaldo Azambuja, os ministros paraguaios Gustavo Leite (Indústria e Comércio) e Ramón Jiménez (Obras Públicas e Comunicações) e o embaixador do Brasil no Paraguai, José Felício, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, reforçou que a ampliação da integração rodoviária entre Mato Grosso do Sul e o país vizinho tornará os produtos sul-mato-grossenses mais competitivos no mercado internacional.
“Essa ampliação da integração entre o Estado e o Paraguai já vem sendo trabalhado há três anos e os ministros Gustavo Leite e Ramón Jiménez vêm buscando cada vez mais oportunidades de parceria com Mato Grosso do Sul para fazer com que os nossos produtos fiquem mais competitivos. O ministro Ramón Jiménez nos trouxe notícias interessantes quanto essa integração, principalmente, via rodoviária”, disse Sérgio Longen, referindo-se ao estabelecimento de um regime especial para a circulação de carretas bitrens do Estado dentro do Paraguai até o Porto de Concepción.
Segundo o presidente da Fiems, o representante do Governo do Paraguai ainda anunciou a dragagem do Rio Paraguai de Assunção até o Porto de Concepción, além das rodovias que estão sendo licitadas e construídas para permitir que Mato Grosso do Sul consiga levar os seus produtos até a Argentina e à Bolívia. “São avanços que estão proporcionando uma maior integração entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai e os quais vão permitir que o nosso Estado possa ganhar em muito”, analisou, completando que, a partir de agosto deste ano, será lançado no Porto de Concepción um grande centro de processamento de grãos. “Essa iniciativa deve beneficiar em muito o setor do agronegócio do nosso Estado e o Governo do Paraguai espera atrair empresas nossas para esse centro”, declarou.
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O governador Reinaldo Azambuja acrescentou que os ministros Gustavo Leite (Indústria e Comércio) e Ramón Jiménez (Obras Públicas e Comunicações) confirmaram o aprofundamento do calado do Rio Paraguai, do trecho que vai de Concepción até a foz do Rio Apa, para permitir a navegação nos 12 meses do ano. “Nós tratamos também sobre a construção da ponte sobre o Rio Paraguai no município de Porto Murtinho. O ministro Ramón Jiménez anunciou que o Paraguai vai construir uma rodovia que liga Carmelo Peralta, na fronteira com Mato Grosso do Sul, até a fronteira com a Argentina. Esse trecho do Paraguai, que totaliza 360 quilômetros, possibilitará a saída pelo Oceano Pacíficio”, salientou.
Ele acrescentou ainda que o regime especial para a circulação de carretas bitrens do Estado dentro do Paraguai até o Porto de Concepción e das carretas bitrens do Paraguai circulem dentro de Mato Grosso do Sul até Três Lagoas e Bataguassu possibilitará o ir e vir das mercadoras de interesse de ambos. “O ministro Ramón Jiménez também pediu que seja celebrado um tratado entre o Estado e o Paraguai para a construção de uma ponte ligando Vallemi, no Paraguai, a Porto Murtinho. Essa ponte seria sobre o Rio Apa porque o Paraguai está terminando a pavimentação de uma rodovia que liga até Concepción e precisa dessa ligação rodoviária”, pontuou, reforçando que o Rio Paraguai é a melhor saída para os produtos sul-mato-grossenses.
Já o ministro Gustavo Leite destacou que Mato Grosso do Sul e o Paraguai têm um problema em comum: a falta do mar. “Por isso, temos de ser mais ágeis para construirmos vantagens para o nosso desenvolvimento. A boa notícia é que estamos fazendo isso e vamos converter as nossas regiões nas mais prósperas possíveis. Hoje, o Brasil importa mais de US$ 70 bilhões da China e, pelos nossos cálculos, o Paraguai tem o custo tão competitivo quanto o dos chineses. Então, porque comprar da China se o Brasil pode produzir junto com o Paraguai? Isso já está acontecendo com o Rio Grande do Sul, de onde indústrias de malharia que tinham fechado as portas voltaram a produzir no Paraguai”, revelou, afirmando que a inevitabilidade da integração entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai é tão evidente, que os governos de ambos seriam negligentes se não investissem nisso.
Para o embaixador do Brasil no Paraguai, José Felício, a ampliação da integração entre o Estado e o país vizinho só depende agora da velocidade entre os governos. “Temos que fazer um acordo de governo a governo, que já está bastante avançando. O que estava pendente era o financiamento para a construção das pontes necessárias para a integração rodoviária, mas já estamos resolvendo isso com o contato com as autoridades paraguaias”, informou.