Aparecida do Taboado (MS) – Com o objetivo de incentivar o cultivo da seringueira e a produção de látex, o Sindicato Rural, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/MS), por meio do programa Mais Floresta, está capacitando produtores rurais do município.
O instrutor e técnico Ramiro Juliano da Silva explicou que o programa de ‘Assistência Técnica e Extensão Rural’ está sendo ministrado em Aparecida do Taboado para trabalhar com a heveicultura (cultivo de seringueiras). “A orientação começa com a escolha de mudas para plantio, passando pelo manejo, controle de doenças e pragas, até a extração e orientação na venda do produto”.
De segunda-feira, dia 14, até quarta-feira, dia 16, ocorreu o curso ‘Implantação e Manejo de Seringais’. Nele os alunos aprenderam as técnicas corretas para o plantio e cultivo de seringueiras, como seleção de mudas, seleção e preparo da área para a plantação, espaçamento e adubação.
“Durante a capacitação foi passado aos alunos, que a seringueira não pode ser plantada em locais de baixa temperatura; tem que ter um solo profundo, pois a raiz da planta vai até 16 metros de profundidade à procura de água; e preparo de solo, que é fundamental para que a seringueira tenha uma boa produção”, informou Ramiro.
Ele também destacou que a Região do Bolsão tem um clima propício para a heveicultura. “Temos períodos chuvosos bem distribuídos ao longo do ano e temperaturas elevadas, o que é adequado para o desenvolvimento da seringueira”. E, para se ter uma boa produção de látex, o instrutor informou que é necessário saber fazer a escolha do clone de seringueira, que são espécies melhoradas geneticamente. “Atualmente, existem vários clones pesquisados e comprovados pelo Instituto de Pesquisa da Agronomia de Campinas no Estado de São Paulo, que estão sendo utilizados na região, pois eles têm uma produção maior. Por isso, o produtor tem que saber escolher a muda que melhor vai trazer benefícios”.
Silva menciona que muitos produtores têm receio de investir na Heveicultura, por acharem que é demorado para que a seringueira entre em produção. “Muitas pessoas não investem na produção de borracha por achar que é um investimento de médio a longo prazo, já que inicia a partir de oito anos. No entanto, demonstramos no programa que, com adubação, controle de pragas e manejo correto, é possível diminuir esse período para até cinco anos”, argumenta.
Sangria
Os alunos também estão passando pelo curso de Sangria de Seringueiras, que tem o objetivo de ensinar os participantes a extrair o látex da seringueira para comercialização na forma sólida, utilizando-se de processos tecnológicos adequados. A capacitação teve início na quarta-feira, dia 17, e será encerrada neste sábado, dia 19.
O objetivo do curso é qualificar mão de obra e melhorar as práticas de manejo da cultura de seringueira, promovendo uma condução correta nas aberturas de painéis de sangria.
A fase de sangria é considerada uma das mais importantes, segundo a avaliação do técnico, e ele explica o porquê: “Para que a árvore entre em produção é necessário que tenha no mínimo 1,30 metros e cerca de 50 centímetros de circunferência. A espessura da casca que é cortada também define o fluxo de seiva, que permitirá uma produção contínua por até 40 anos”, informou.