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Sanidade dos equídeos é abordada em evento no Sistema Famasul

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    “A equideocultura é uma atividade que, apesar de muitas vezes ser secundária, está presente em praticamente todas as propriedades rurais de Mato Grosso do Sul, seja por motivos culturais ou de ordem econômica”. A afirmação foi feita pelo diretor executivo do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Lucas Galvan, durante um ciclo de palestras ocorrido nesta sexta-feira (18), na sede da instituição.
    Com a afirmativa, Galvan destaca a importância do evento que abordou temas sobre a sanidade animal, resultando em benefícios para todo o setor produtivo. "Informação é essencial para o enfrentamento das doenças que acometem esses animais", salientou o diretor da Famasul. O encontro contou com a participação de profissionais da área e estudantes de medicina veterinária de três universidades: UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; UCDB – Universidade Católica Dom Bosco e Anhanguera Uniderp, contabilizando aproximadamente 130 pessoas.
    O ciclo de palestras foi promovido pelo Sistema Famasul, Senar/MS – Serviço de Aprendizagem Rural, com o apoio da Embrapa Pantanal – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, da SFA/MS – Superintendência Federal da Agricultura em MS e da Iagro – Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal.
    A primeira palestra foi da médica veterinária e pesquisadora da Embrapa Pantanal – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Márcia Furlan Tavares de Lima, que falou sobre as novas pesquisas envolvendo a Anemia Infecciosa Equina, uma das preocupações de criadores de equinos de todo o País e, especificamente, da região pantaneira. "O cavalo do Pantanal é de trabalho, é praticamente um insumo da propriedade, sem ele não dá para criar bovinos no bioma", salientou Márcia para reforçar a importância do animal para o setor produtivo.
    Segundo a pesquisadora, todos os equídeos são suscetíveis à doença e a legislação prevê que os animais acometidos devam ser eutanasiados. "Nas áreas de alto risco, como é o caso do cavalo pantaneiro, a lei permite o isolamento vitalício".
    A anemia é uma doença viral transmitida pelo contato sanguíneo do animal contaminado com o sadio. "Isso significa que o manejo incorreto é o principal problema. Como, por exemplo, o compartilhamento de agulhas e seringas", explica. Os sintomas variam de fraqueza, respiração ofegante, sudorese e inchaço na região ventral do abdômen. "O único jeito eficaz de diagnosticar a enfermidade é através de um exame de laboratório".  A anemia não tem cura, nem tratamento e nem vacina, sendo, portanto, a prevenção um fator fundamental.
    Em seguida, o médico veterinário e fiscal federal agropecuário do Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Otto Feldens, falou sobre as consequências do Mormo, que é contagioso e fatal em cavalos. "A transmissão é através da secreção e não há tratamento eficiente. É preciso eliminar os portadores e realizar a desinfecção da área contaminada". O especialista ressalta que o Mormo atinge também os humanos, sendo, portanto, uma zoonose. "Trata-se de uma doença ocupacional dos trabalhadores, adquirida pelo contato direto".
    Para a aluna de medicina veterinária, da UCDB, Jéssica Luana Crepaldi, o evento oportuniza um aprofundamento sobre zoonoses. "As formas de pesquisas apresentadas auxiliam no trabalho que desempenharemos em nossa carreira. Aprendemos aqui que os filhotes de éguas que são soropositivas para a anemia nem sempre estão contaminados e, muitas vezes, por falta de informação alguns produtores acabam por sacrificar animais sadios".
    Já para a vice diretora-presidente da Iagro, Marina Dobashi, o evento beneficia todo o setor produtivo, indo da pesquisa ao trabalho no campo. "A atualização técnica sobre essas doenças atende o interesse de todos por uma melhora na sanidade animal. Precisamos do engajamento de todos os envolvidos para que ações de educação sanitária sejam tomadas, considerando que a prevenção é o melhor caminho".
    O médico veterinário do Sistema Famasul, Horácio Tinoco, reforçou a relevância de encontros informativos sobre sanidade animal. "O Sistema Famasul é uma instituição defensora da pesquisa, da tecnologia e do ensino, levando informação ao campo".  Após as palestras, foi realizado um debate entre os participantes e a equipe técnica presente. 
    Além dos representantes já citados, participaram também do evento desta sexta-feira, o vice-presidente do CRMV/MS – Conselho Regional de Medicina Veterinária, Mário Augusto Xavier; o diretor-tesoureiro do Sindivet – Sindicato dos Médicos Veterinários de MS, Eduardo Barbosa Strang; os professores da UFMS: Fernando Arévalo Batista e Breno Barreto Sampaio; o professor da Uniderp, Gustavo Coelho Jardim e a professora da UCDB, Núbia Nayana Rodrigues.

 

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