Após ter iniciado 2016 em baixa, a produção industrial de Mato Grosso do Sul melhorou no mês de fevereiro, mas ainda não há crescimento, conforme a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto às empresas estaduais. “Em fevereiro, o índice de evolução da produção industrial marcou 43,5 pontos, contra 38,4 no mês de janeiro, indicando que na passagem de um mês para o outro houve redução do número de estabelecimentos com queda na produção”, analisou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.
Ainda de acordo com a Sondagem Industrial, mesmo com a pequena redução observada em fevereiro, a ociosidade da indústria segue alta no Estado. Para 58,4% dos respondentes a utilização da capacidade instalada ficou abaixo do usual para o mês, enquanto o índice ficou em 36,5 pontos em fevereiro, indicando elevação de 3,8 pontos sobre janeiro. “O resultado segue muito abaixo do patamar considerado adequado para o período, que é alcançado quando o indicador se situa em torno dos 50 pontos. Por fim, a ociosidade média em fevereiro foi de 36%, contra 37% em janeiro”, pontuou Ezequiel Resende.
Em relação às perspectivas para os próximos seis meses deste ano, conforme o levantamento, elas continuam inalteradas. “Os empresários da indústria estadual não acreditam em melhoras significativas em relação à demanda por seus produtos, quantidade exportada, número de empregados e compras de matérias-primas”, informou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.
ICEI
O Índice de Confiança do Empresário Industrial em Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) também melhorou, mas ainda indica pessimismo com março de 2016 marcando o 20º mês consecutivo com o resultado abaixo dos 50 pontos. “O ICEI/MS marcou 41,4 pontos em março, assinalando aumento de seis pontos em relação a fevereiro. Contudo, o resultado permanece abaixo da linha divisória dos 50 pontos, principalmente, pelo pessimismo apresentado em relação às atuais condições da economia brasileira, que segue como a variável de pior desempenho, marcando somente 23,7 pontos”, explicou Ezequiel Martins.
Em março, para 85,5% dos respondentes as condições atuais da economia brasileira pioraram, enquanto no caso da economia estadual, na mesma comparação, a piora foi apontada por 79% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 57,3% dos respondentes, sendo que para 35,4% elas não se alteraram. Para os próximos seis meses, 55,4% dos respondentes mostraram-se pessimistas em relação à economia brasileira, enquanto no caso da economia estadual o pessimismo foi apontado por 51,2% dos participantes da pesquisa e, em relação ao desempenho da própria empresa, considerando os próximos seis meses, 32,5% dos respondentes mostraram-se pessimistas, patamar ainda próximo aos dos que acham que a situação permanecerá igual, que chegou a 36,1%.
Além disso, 66% dos empresários industriais do Estado não pretendem investir nos próximos seis meses. “O industrial sul-mato-grossense segue pouco confiante em relação aos investimentos, 65,8% dos respondentes disseram que não pretendem realizar investimentos nos próximos seis meses a partir de março. Por fim, o indicador de intenção de investimento marcou 37,3 pontos, recuo de 4,6% sobre igual mês do ano passado”, garantiu Ezequiel Resende.