Em reunião com o novo ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, nesta segunda-feira (23/05), em Brasília (DF), o presidente da Fiems, Sérgio Longen, acompanhado pelo secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, defendeu a manutenção dos incentivos fiscais para Mato Grosso do Sul e aos demais Estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.
“Nós precisamos olhar o Brasil em uma condição regional e com muito critério, até porque, as vocações dos Estados brasileiros são bastante diferenciadas, pois, na Região Norte é uma realidade, no Nordeste já é outra totalmente distinta e, no Centro-Oeste, nem se compara. Então, entendemos que em todas essas regiões as realidades econômicas devem ser avaliadas e os incentivos fiscais são essenciais para que os Estados possam captar investimentos”, destacou Sérgio Longen.
Ele acrescenta que, hoje, esse é o modelo que os governos estaduais dispõem para a atração de empresas. “Até entendemos que seja possível discutir uma nova fórmula de se fomentar e desenvolver o Brasil de uma maneira mais homogênea, mas é muito difícil que simplesmente o Governo Federal suspenda os benefícios para atender ajustes econômicos, pois isso traria prejuízos às empresas já instaladas nos Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, reforçou.
O presidente da Fiems garantiu que o ministro Marcos Pereira foi muito receptivo ao pleito do Estado e se comprometeu em fazer uma visita a Mato Grosso do Sul. “Ele já tem conhecimento de que a indústria do Estado recebe hoje os maiores investimentos da iniciativa privada do País e avalia também como positivas as ações tomadas em Mato Grosso do Sul direcionadas ao apoio do setor empresarial”, destacou.
Longen completa que o Brasil precisa de credibilidade e de ações concretas, sendo que o ministro está disposto a sentar à mesa para discutir os grandes projetos e também os gargalos sul-mato-grossenses. “Quer seja a implantação da Rota Bioceânica, quer seja a situação do gás natural importando da Bolívia, que já nos preocupa, ou a retomada da obra de construção da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), da Petrobras, em Três Lagoas (MS). Nessa questão, ele já de pronto se dispôs a abraçar a causa, ou seja, de início nós já saímos dessa reunião com uma grande expectativa de ações concretas para a continuidade do nosso desenvolvimento”, finalizou.
Ministro
O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços demonstrou interesse em conhecer os empreendimentos e informou que as pequenas e médias empresas do Estado estão dando uma resposta positiva ao Programa Brasil Mais Produtivo, lançado em abril deste ano. “Em pouco mais de um mês, o Mato Grosso do Sul já tem 22 empresas inscritas no Programa, o que representa 30% da meta anual”, informou.
O Brasil Mais Produtivo pretende reduzir em 20% o desperdício dos empreendimentos de pequeno e médio portes nos setores de alimentos e bebidas, metalmecânico, moveleiro e de vestuário e calçados. O Programa é uma realização do Ministério, Senai, Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), com a parceria do Sebrae e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Na avaliação do secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, o ministro deixou muito claro a importância da regionalização da competitividade industrial. “Ele tem uma preocupação em relação à competitividade das regiões e a abordagem que o Governo do Estado em conjunto com a Fiems fez foi exatamente essa. A importância da manutenção dos incentivos fiscais foi demonstrada ao ministro para que os Estados sejam competitivos em relação aos grandes centros do País, como São Paulo e Minas Gerais”, garantiu.
Jaime Verruck acrescenta ainda que repassou a Marcos Pereira alguns outros pontos de interesse do Estado. “O primeiro é o compromisso do Governo do Estado junto ao Ministério para lançar o Plano Nacional de Cultura Exportadora na sua versão Mato Grosso do Sul. O ministro comprometeu-se em ir ao Estado lançar esse Plano Nacional. Também destaquei a importância estratégica da retomada da construção da fábrica da Petrobras, tanto para a Região Centro-Oeste, como para o Brasil”, afirmou.
O secretário ainda apresentou ao ministro a importância da integração regional de Mato Grosso do Sul com os países, principalmente, do Mercosul e Paraguai. “Nós destacamos que o Estado está passando por um desenvolvimento industrial e tem uma relação forte com o Mercosul, o que realmente vai gerar o desenvolvimento no nosso Estado e isso seria importante para o País. O Ministério precisa ter essa percepção regional de entender que nós precisamos vender o Brasil para o mundo, mas o Brasil para o mundo é vendido por meio das empresas aqui instaladas. Essa foi a mensagem que passamos ao ministro, que é bastante forte e ele acha que esse é o momento”, analisou.