Presidente da Fiems defende a integração comercial e política na Rota Bioceânica

    Campo Grande recebeu nos dias 28 e 29 de julho, o Seminário “Corredor Bioceânico Rodoviário – Brasil, Paraguai, Argentina e Chile – rota Porto Murtinho e Portos do Norte do Chile”. O evento aconteceu, no Hotel Deville Prime, e reuniu representantes do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile para discutir soluções que visam a concretização do corredor rodoviário. 
    A proposta da Rota Bioceânica é a criação de uma ligação rodoviária entre Mato Grosso do Sul e o Oceano Pacífico, a fim de reduzir o tempo, custo e a armazenagem do serviço de transporte. Além de incentivar parcerias para o desenvolvimento de futuros projetos entre os países participantes. Durante os dois dias de evento foram abordados temas como as perspectivas de cada país, possíveis oportunidades comerciais e investimentos.
    O presidente da Fiems, Sergio Longen, apoia a integração comercial e política que a via Bioceânica pode proporcionar aos países. “Estamos unidos em uma única proposta integrar o corredor em uma conexão que é importante para o estado e também para a sociedade como um todo na integração dos povos” pontua. 
    Longen também ressalta que o corredor é uma excelente oportunidade para fortalecer e aumentar a competitividade da indústria, além da possibilidade de melhorar os preços de produção do setor. “Entendemos que a ligação é muito importante para Mato Grosso do Sul e as oportunidades surgirão com o corredor funcionando. Esta é uma discussão que temos feito na Fiems há mais de dez anos e entendemos que está se realizando” afirma. 
    A expectativa é que em breve o setor produtivo do estado possa exportar pelo Porto de Concepción, no Paraguai. “Temos algo a comemorar neste encontro, o ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite, deixou claro que o acordo entre o Mato Grosso do Sul e o Paraguai é possível, um acordo bilateral, que permitirá a oportunidade de escoar a nossa produção ainda este ano” conta, Sergio Longen.
    Para o ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite, a integração entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai pode gerar grandes parcerias de negócios. “Nós temos tudo para ganhar juntos, a ideia foi sempre essa. O nosso presidente, Horácio Cartes, sempre fala que nós precisamos enxergar o futuro com mais agressividade e pensar com mais competitividade” disse. 
    Oportunidade para a indústria, agropecuária, comércio e serviços. 
    As federações de Mato Grosso do Sul (Fiems, Famasul, Fercomercio e Faems) foram representadas, no seminário, pelo diretor de gestão estratégicas da Fiems, Rodrigo Benavides. “O objetivo é mostrar a potencialidade de produção de todos os setores e elencar as oportunidades. A princípio queremos o redirecionamento da exportação de produtos industriais de maior valor agregado para a Ásia, e ao mercado sub-regional” relata. 
    O diretor ainda citou como oportunidade, o estimulo da indústria e comércio, o fortalecimento de elos de produção, o desenvolvimento de polos e a produtividade das cadeias regionais e globais de valor. Além do posicionamento do turismo como uma atividade estratégica e alavancadora de empregos e renda catalisadora da cultura. Além disso, identificar e incentivar as micro e pequenas empresas com capacidade de exportação.
    A ideia também é favorecer o enriquecimento e a difusão das expressões culturais, exportivas e artísticas. Não deixando de lado a integração pela pesquisa pura e aplicada, inovação, educação e empreendedorismo. Buscando a geração e difusão do conhecimento. 
    Outra perspectiva é o retorno de carga com a importação de derivados de cobre, adubos fertilizantes, produtos industrializados de Ásia-Pacífico, trigos, farinhas, lácteos e químicos.
    “O foco agora é o desenvolvimento sub-regional e a viabilização de parcerias estratégicas. Vamos procurar oportunidades a partir da convergência dos parques industriais que existem, ou dos pontos de entroncamento que possam agregar alguma vantagem em termo de custos, logicamente, elevando a competitividade e chegando a outros mercados” concluiu.