Aparecida do Taboado (MS) – Assunto bastante discutido e polemizado nos dias atuais, a Leishmaniose, doença crônica transmitida ao homem e ao cão pela picada de mosquitos, preocupa a saúde pública e as pessoas pelo aumento da incidência nos últimos anos. Com a intenção de trazer esclarecimentos sobre a patologia, a Secretaria Municipal de Saúde ofereceu na quinta-feira, dia 11, uma palestra sobre a Leishmaniose a todos os profissionais da área.
A palestra foi ministrada pelo médico veterinário e advogado, André Luiz Soares da Fonseca, que falou sobre leishmaniose, as formas de prevenção e tratamento. “A leishmaniose é uma doença que vem se espalhando no Brasil de uma maneira perigosa, principalmente porque ela tem relação com a alteração do meio ambiente, ou seja, calor e umidade excessiva, ajuda na disseminação do inseto vetor que transmite a doença”, explicou ele.
André informou que o Poder Público está tendo uma nova visão sobre o tratamento da leishmaniose no Brasil. “Está para ser liberado pelo Ministério da Saúde e da Agricultura um novo tratamento, que já está sendo utilizado em outros países, isso mostra a mudança de visão dos Ministérios a respeito da patologia. Existem vários medicamentos para a leishmaniose, tanto para medicina humana como animal, a vantagem é o custo que agora está bastante acessível, tanto para o proprietário como Poder Público”, informou.
Ele também contou que o Brasil é o único país que opta pela eutanásia em animais que estejam com a leishmaniose. “Todos os trabalhos científicos feitos até agora mostram exatamente ao contrário, que a eutanásia não protege contra a doença, como pode piorar a situação da leishmaniose. Podemos usar o exemplo de Campo Grande que até em 2013 matava-se 18 mil cães por ano, e o índice da doença na cidade é de 25%. Não existe uma única evidência de que tirar a vida de um cachorro protege as pessoas. Não tem nenhuma eficácia”, argumentou o palestrante. “O que nós preconizamos é que o proprietário tenha o direito ao tratamento e a eutanásia também seja usada como um mecanismo suplementar, no caso do proprietário não desejar tratar o animal”.
Durante a palestra ele também explicou que a leishmaniose é uma doença vetorial como a dengue, e que a eliminação do inseto deve ser o principal foco. “Uma coisa muito pouco divulgada é que a leishmaniose é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), tantos nos animais como também nos humanos; e também é uma doença vertical, ou seja, a mãe contaminada não necessariamente doente pode passar a doença para a criança, e essa criança depois de um tempo pode vir a manifestar a leishmaniose visceral”.
O secretário municipal de Saúde, Luciano Silva, destacou que a palestra foi de extrema importância para todos os profissionais da Saúde. “Essa palestra trouxe uma nova visão a todos os profissionais da área, pois ele informou do cuidado e manuseio da doença e principalmente do vetor”.
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