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Safra de 2016/17 vai ser de estiagens, mas em melhores condições que nos últimos 3 anos

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    Saber se vai chover muito ou pouco faz toda a diferença na hora de definir quando plantar e colher. A chuva na quantidade certa e o calor no período correto são fundamentais para o crescimento, desenvolvimento e a produtividade da safra. Por isso, as previsões climáticas são de extrema importância para os produtores rurais. Para falar sobre o clima na safra 2016/2017 à meteorologista Desirée Brandt, especializada no setor agrícola, é uma das palestrantes do Dia de Mercado de Grãos, evento realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), no dia 22 de agosto, na cidade de Dourados.
    Segunda a especialista, a próxima safra será diferente das últimas três de verão. “Os últimos anos foram marcados pelo aquecimento do Oceano Pacífico em sua porção equatorial, sendo que na última safra, quem ditou as regras foi um dos El Niños mais fortes da história”, analisa.  Desirée explica que esse cenário fez com que faltasse chuva no MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e sobrasse água nas áreas mais ao Sul do Brasil.
    Por isso, observa a especialista, na safra 2016/2017, só pelo fato de não existir mais esse aquecimento no Pacífico, já teremos outro cenário climático para as lavouras do Brasil. “Possivelmente poderemos enfrentar estiagens no centro-sul do país e nas áreas mais ao Norte, ainda não teremos uma condição ideal de umidade, mas será melhor do que os últimos três anos”, prevê.
    Brandt comenta que as previsões são realizadas por meio de estudos, principalmente sobre o Oceano Pacífico, que é o maior oceano da Terra. “Então o fato dele aquecer ou esfriar influencia diretamente no comportamento da atmosfera de maneira global. Antes de olhar para os mapas de previsão de chuva ou temperatura, primeiro olhamos o que as previsões oceânicas querem nos dizer”.
    Mas qual a chance desta previsão se concretizar? Desirée Brandt ressalta que a maioria dos modelos oceânicos indica que existem 50% de chance de termos uma La Niña de fraca intensidade, 30% de chance de ficarmos sobre uma neutralidade climática com viés negativo (águas mais frias no Pacífico, porém sem configurar o La Niña) e os outros 20% poderia ser uma neutralidade positiva ou até mesmo um El Niño de fraca intensidade, como indicam alguns modelos oceânicos australianos. “Sendo assim, podemos dizer que temos 80% de chance dessas expectativas se concretizarem”, adverte.
    De acordo com a meteorologista, essa previsão antecipada é muito importante para os produtores fazerem seus planejamentos com cautela. “Este não é o ano para se arriscar, por exemplo, em talhões que não são seguros quanto a sua qualidade de solo”, finaliza.

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