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Capacidade de empreender é requisito para novos líderes

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    A habilidade de desenvolver projetos e encontrar oportunidades para empreender é uma qualidade que deve fazer parte da vida de um líder, independente da sua área de atuação. O empreendedorismo foi o tema do terceiro encontro da etapa nacional do CNA Jovem, programa de desenvolvimento de lideranças do Sistema CNA/SENAR, que aconteceu neste final de semana (de 14 a 16/10), em Brasília.
    De maneiras diferentes, o assunto foi abordado pelo especialista em marketing no agronegócio José Luiz Tejon, e pelo executivo da Rede Hortifruti, Fábio Hertel. Na palestra “Novos líderes para um novo agronegócio – Líderes não nascem prontos”, Tejon explicou que para exercer a liderança, além de entender sobre tecnologia, gestão e empreendedorismo, será fundamental ter capacidade de adaptação e promover o cooperativismo.
    “O maior desafio que nós temos no mundo é a construção de líderes. Líder não nasce pronto. Líder é resultado de muita educação. Talvez nem todos que vão sair daqui farão grandes projetos ou serão líderes espetaculares, mas, com certeza, todos saem daqui muito melhores do que entraram. E eles poderão ter papéis muito significativos em projetos de liderança, cumprindo com competência o seu papel numa parte do todo. Isso aqui é o que o Brasil mais precisa. O maior passo que podemos dar ao futuro, porque quando nós temos essa consciência da liderança e do que significa liderar, nós vamos atrás do conhecimento, da ciência e de negócios”.
    Hertel falou sobre o tema “Empreenda e crie marcas do coração” e, através da história e da forma de atuação da Rede Hortifruti, ressaltou a necessidade de se acreditar nos seus valores e investir em três pontos principais para ter sucesso: competência, generosidade e espírito colaborativo. Sempre com muita criatividade, uma característica marcante da empresa. “Muito mais do que uma formação acadêmica, nós temos que reconhecer que o mercado exige certas posturas. Têm as tendências, as metodologias e tudo isso é muito importante, mas quando você ganha não só a mente do seu cliente, mas alcança o coração, aí faz toda diferença. A maioria das empresas que eu conheço só trabalha no drive da mente, o que é muito importante e dá resultado, mas é de curto prazo. Quando você alcança o coração do seu consumidor, então você perpetua o seu negócio”.
    A programação, que reuniu os 79 participantes da iniciativa, também contou com uma gincana de grupos, dinâmicas e diversas atividades. O principal foco deste encontro foi a preparação do projeto individual de liderança empreendedora baseado em quatro pilares: ampliação do espaço de oportunidade disponível para os lideres, exercício da construção dos projetos de liderança, prática da votação para escolha do melhor projeto e início da elaboração das suas histórias.

Identificados com as palestras
    Os temas abordados e as trajetórias de vida dos dois palestrantes motivaram os participantes do programa. O engenheiro agrônomo Saulo Gonçalves Silva Júnior, de Minas Gerais, conta que a palestra de José Luiz Tejon fez ele repensar o seu projeto de liderança. “A minha ideia era em nível local, sobre escoamento da produção e entrada de insumos. Algo mais voltado à minha realidade, mas as coisas que ele disse abriram mais o leque e me fizeram pensar em abranger o meu projeto em nível nacional e até internacional. Não somente analisar a logística da produção até o porto, mas do porto para frente, a chegada dos insumos no porto e do porto até dentro da porteira dos produtores rurais”, conta o jovem que atua em Limeira do Oeste (MG).
    Instrutora do Projeto ABC Cerrado em Mato Grosso do Sul, Stéphanie Ferreira revela que também se identificou com a palestra do especialista em marketing no agronegócio. Segundo ela, Tejon tocou na questão de mobilização das pessoas, que é um ponto fundamental no seu projeto de liderança. A engenheira agrônoma pretende estimular a profissionalização dos “românticos da terra” através do sistema sindical e da capacitação. “Quando o Tejon falou em mobilizar pessoas, que a gente não tem que servir elas, mas fazer com que façam o que precisa ser feito, isso esclareceu muitas dúvidas que eu tinha, fora todo o histórico de vida dele, que é inspirador. São doses de motivação. É isso o que mais temos aqui no CNA Jovem. Eu sei que o caminho é longo, mas com todas essas oportunidades, não podemos parar”.
    Para Vinícius Azeredo Borges, de Goiás, o assunto apresentado pelo executivo da Hortifruti foi o mais interessante. “Me chamou muito a atenção a ideia de servir para liderar. É um novo método de liderar, que não é mais impondo, não é mais por escalão, é por servidão mesmo. É um jeito que eu nem imaginava que existia e, realmente, depois da explicação, achei que é uma das formas mais interessantes de liderança que existem atualmente”, revela o engenheiro agrônomo que trabalha em Ipameri (GO).

CNA Jovem
    Os jovens participantes do programa representam 21 estados e o Distrito Federal. Eles têm entre 22 e 30 anos e passaram por uma etapa seletiva estadual, onde elaboraram projetos de liderança.
    O CNA Jovem tem como foco preparar jovens do meio rural de todo o País para impulsionar ainda mais o setor empresarial rural. Quatro encontros foram planejados. Os dois primeiros trataram sobre propósito de liderança nas esferas institucional, acadêmica, empresarial, política e sindical e o diferencial do líder. O último evento terá como tema História do líder e acontecerá de 25 a 27 de novembro.
    A carga horária total do processo de desenvolvimento será de 224 horas. Os três primeiros colocados desta edição ganharão uma viagem de 12 dias para a Nova Zelândia, em março de 2017, e um curso presencial de inglês.

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