Uma das provas mais aguardadas nos vestibulares, a redação costuma gerar ansiedade nos estudantes porque, além de demandar muita atenção e preparo, seu tema é quase sempre um mistério. Mas é possível elencar alguns assuntos nos quais os alunos devem prestar atenção.
Simone Motta, professora e coordenadora de Português do Curso ETAPA, lembra que os temas podem variar bastante, conforme cada instituição. No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo, costumam aparecer questões relacionadas ao cotidiano e à questão dos direitos humanos, que demandam do aluno possibilidades de resolução.
“As várias faces da intolerância, a homofobia, o preconceito religioso, linguístico, em relação à superioridade cultural, os cuidados com o idoso na sociedade brasileira são alguns exemplos. O preconceito é sempre um tema bastante atual no Enem”, diz.
Simone lembra também de outros assuntos, como o novo modelo de família, a regulamentação de vários tipos de trabalho e as mudanças na política governamental para o idoso, cujo conceito, nas sociedades atuais, vem mudando bastante.
Em outros vestibulares, é mais difícil prever o assunto da redação, pois as instituições seguem linhas diferentes para determinar o tema. Na Fuvest, por exemplo, costumam aparecer temas mais subjetivos, como utopia, altruísmo, importância da imagem e consumo.
De maneira geral, Simone indica cinco temas para os alunos ficarem de olho: superação pessoal; preconceito; envelhecimento da população e mudanças na política governamental; novo modelo de família; e questões que envolvem o meio ambiente. Formas alternativas de energia também podem entrar nesse rol.
Como se dar bem na prova
Quando o aluno recebe a prova, a primeira coisa a fazer é ler o enunciado com muita atenção. Afinal, ele é quem vai nortear o caminho do texto. Depois, o estudante deve se preocupar em estabelecer uma relação entre o tema e o que ele acha do assunto. Ou seja, ele tem de ter informações.
Ao ler o tema, o aluno já pode escolher um ponto de vista, uma opinião que tenha a respeito. E, assim, buscar no que conhece sobre o assunto informações que justifiquem o ponto de vista que vai assumir.
“Além disso, é muito importante que ele leve em consideração que não pode simplesmente colocar as frases no papel aleatoriamente”, aconselha Simone.
Por isso, o rascunho é tão importante. Nele, o candidato terá a oportunidade de organizar as ideias em um esquema, redigir o texto e depois passar a redação a limpo. Fazer direto na folha que será entregue para correção quase nunca dá certo.
Saber o significado do que se está escrevendo também é fundamental. Simone chama a atenção para os falsos cognatos, palavras com ortografia semelhante, mas com significados diferentes. “O aluno imagina que a palavra é algo que ela não é”, explica a professora. Aliás, a ortografia também deve ser observada. “Na dúvida, é melhor não escrever uma palavra sobre a qual se tem dúvida. A ortografia errada tira muitos pontos do aluno, assim como questões relacionadas ao Novo Acordo Ortográfico, que este ano passa a ser obrigatório”, diz Simone.
A estrutura introdução, desenvolvimento e conclusão, já conhecida de vários estudantes, deve ser respeitada. No primeiro parágrafo, o aluno já pode apresentar sua ideia. Nos dois outros, ele a explica, justifica, exemplifica. E, no último, fecha os argumentos. É um erro, por exemplo, introduzir uma nova ideia no último parágrafo.
Dicas de leitura
Simone lembra que os alunos devem tentar ler pelo menos uma revista semanal, se não for possível ter acesso ao jornal todos os dias. Ela dá uma dica que pode ser eficaz:
“Não importa o quanto esteja cansado, antes de dormir, o aluno quase sempre pega o computador, entra na internet. Então, se a página inicial dele for um site de notícias, facilita”, afirma.
Além disso, ler livros – e não só os exigidos pelas universidades – é fundamental para desenvolver habilidades de escrita, e entender como funciona a gramática. O universo linguístico do aluno aumenta, e ele tem mais chances de escrever bem na redação.