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Em seis anos, Mato Grosso do Sul registra 3,3 mil novos casos de Aids

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    A principal forma de combate é a prevenção, mas o tabu social aliado ao início cada vez mais precoce da vida sexual ainda são obstáculos na luta contra a Aids. De janeiro de 2010 até 21 de novembro deste ano, 3.357 pessoas adultas foram diagnosticadas com a doença em Mato Grosso do Sul, que participa nesta quinta-feira (1º) de atividades alusivas a mais um dia mundial voltado a combater a síndrome, ainda sem cura.
    Do total de novos casos no Estado de 2010 para cá, 1.458 são em Campo Grande. Os números são da SES (Secretaria de Estado de Saúde).
    De acordo com dados divulgados na quarta-feira (30) pelo Ministério da Saúde, 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil. Dessas, cerca de 112 mil não sabem que estão infectados.
    “A Aids é uma doença que se pode prevenir, mas infelizmente as pessoas ainda não fazem os testes, mesmo estando disponíveis nas unidades de saúde. O pior é que a vida sexual inicia cada vez mais cedo e também há resistência quanto ao uso do preservativo”, analisa a gerente técnica do Programa Estadual DST-Aids, Daniele Martins.
    Neste 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, os números não são considerados positivos. O Ministério da Saúde divulgou Boletim Epidemiológico HIV-Aids, de 1980 a 2015 foram registrados 3.220 óbitos por Aids no Estado, que ainda vivenciou aumento de 12% no chamado coeficiente de mortalidade entre 2006 e 2015.
    “Essa elevação ocorre justamente por conta do diagnóstico tardio, por isso cada vez mais é necessário investir na prevenção e conscientização quanto ao uso do preservativo”, disse. Pelo boletim do Ministério da Saúde o número de casos de Aids de 1980 a 2016 em Mato Grosso do Sul soma 9.841.
    Em relação à data simbólica de luta contra a doença, nesta quinta-feira (1º) as ações serão de apoio aos 79 municípios, nas atividades que cada um vai desenvolver. Segundo Daniele Martins, este suporte envolve distribuição de faixas, material impresso, camisetas e banners, além de preservativos.
    Em Campo Grande, a Prefeitura divulgou que as atividades alusivas à data serão centralizadas no CTA (Centro de Triagem e Acompanhamento), próximo ao Horto Florestal, região central da cidade. Ali serão feitas palestras e distribuição de material informativo, a partir das 7h30.
    Ainda segundo a fonte oficial, equipes também estarão nos terminais de ônibus fazendo a distribuição de material. Estão previstas palestras em duas escolas estaduais e na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). 
    Pelos números da SES, os casos de Aids em menores de cinco anos de idade somam 49 em Mato Grosso do Sul, sendo 29 em Campo Grande. “Mais uma vez chamamos a atenção para a prevenção. Um pré natal bem feito, uma gestante que recebe acompanhamento elevamos a possibilidade de que não haja a transmissão para o bebê”, disse Daniele Martins. Ela disse ainda que mesmo durante a gestação é possível evitar que o bebê contraia a doença.

Gestantes
    Segundo o boletim do Ministério da Saúde, o número de gestantes infectadas pelo HIV em Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2015, considerando taxa de detecção por 1000 nascidos vivos é de 1.173 casos. Nesta quarta, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical do HIV.
    Segundo a Agência Brasil, o documento será concedido a municípios com mais de 100 mil habitantes que atendam a dois critérios, como registro de taxas de detecção iguais ou inferior a 0,3 para cada mil crianças nascidas vivas; proporção menor ou igual a 2% de crianças com até 18 meses expostas ao HIV identificadas como infectadas e estão em acompanhamento na rede pública.
    A certificação será avaliada por um comitê nacional que fará a verificação dos parâmetros. Ao todo, 1.952 municípios estão elegíveis.
    O documento será entregue no dia 1º de dezembro do ano seguinte, data em que é lembrado o Dia Mundial de Luta contra a Aids. “Motivaremos os municípios para que tenham atenção nesse processo e consigam zerar a transmissão de mãe para filho”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
    A estratégia conta com o apoio da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasil.

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