Surgido nos Estados Unidos, em 1920, os chamados relacionamentos sugar ganharam força também no Brasil e em outras partes do mundo, como na Europa.
Com opiniões divididas, a sociedade vê esse modo de se relacionar ganhar força e espaço até mesmo na ficção do horário nobre na TV.
E, se você é uma das pessoas que está por fora, ou não entende muito bem, veja como essas relações funcionam:
Esse novo estilo de relacionamento consiste em uma pessoa mais velha – o sugar daddy ou a sugar mommy – se relacionar, geralmente, com alguém mais novo – o sugar baby -. Mas o que diferencia dos demais, é o acordo firmado entre os dois antes mesmo do relacionamento começar. O combinado pode envolver dinheiro, mesadas, viagens de luxo, jantares e presentes caros ao sugar baby, em troca, o daddy terá uma boa companhia para o que quiser e, em alguns casos, poderá ter envolvimento sexual, se consentido por ambas as partes.
Mas, se engana quem pensa que esses relacionamentos só envolvem a sexualidade em troca do dinheiro. Ana Beatriz, 28, encontrou um homem disposto a financiar seu escritório de arquitetura em busca de uma parceria. “Nunca toquei nele de outra forma, jantamos uma ou duas vezes e vimos que disso poderia sair uma grande parceria. E foi o que aconteceu”, comemora ela a sociedade que já dura dois anos.
Onde se encontram essas pessoas?
Como dita nossas vidas e dificilmente está por fora de alguma coisa. É óbvio que a resposta para essa pergunta seria: Na internet!
Com a popularidade desse estilo de relacionamento, os sites também explodiram. As plataformas hoje contam com milhões de inscritos – não só brasileiros -, sendo homens e mulheres.
A estudante Manuela, 23, conta ter conhecido na plataforma mais de dez caras já com quem saiu para jantares e viagens. “É uma vida que, infelizmente, como estudante não consigo pagar. Não vejo nada de errado em duas pessoas dispostas a aproveitar. Uma tem o dinheiro e quer a companhia da outra. É simples”, diz.
Sobre se relacionar sexualmente, ela afirma que só aconteceu com quem realmente sentiu-se atraída, e conta nunca ter feito sexo por dinheiro. “Jamais faria isso. Chegaria a me sentir mal comigo mesma. Entre eles, transei apenas com quem tive a livre e espontânea vontade. Os demais, nunca me forçaram a fazer nada que eu não quisesse”, explica ela.
E a relação com a prostituição…
Quando falamos em se relacionar por dinheiro, o que vem na mente das pessoas é a prostituição, mas os relacionamentos entre sugar baby e sugar daddy prometem ser diferente.
Como já dito, as garotas (os) apenas se envolvem sexualmente se quiserem e se isso for acordado antes do primeiro encontro com o sugar daddy/mommy. A maioria não faz sexo em troca de dinheiro e há muitas pessoas dispostas a pagar um preço alto apenas para ter uma companhia.
Esse é o exemplo do empresário André, 35, que se inscreveu em uma dessas plataformas apenas para quando deseja uma companhia. “Sou um homem bem ocupado, o que atrapalhou relacionamentos comuns antigos. Nesses sites eu encontro garotas para sair e tenho companhia em um jantar ou em uma viagem. Só procuro alguém quando quero e posso. Não há complicações”, explica animado. Quando questionado se elas oferecem sexo em troca de algum pagamento, ele diz que nunca aconteceu. “As poucas vezes que rolou algo, por minha vontade e pela vontade da garota, foi totalmente espontâneo, e eu não paguei nada a mais a ela. Aconteceu em uma viagem porque nos demos muito bem”, finaliza.
Os contras
Já a sexóloga, Marina Simas, questiona o que acontece quando a menina quer crescer, afinal, não são todos os sugar daddies que irão bancar um negócio para a baby.
Ela também se mostra contra as plataformas. “Acredito que isso amplifica a cultura machista. Um sempre será mais poderoso e terá mais autonomia do que o outro dentro da relação”, explica.
Se pensa em embarcar nesse tipo de relação, é importante analisar antes todos os prós e contras de acordo com a sua vida. Obviamente nem todo mundo pensa e vive igual, mas acima de tudo é importante respeitar as escolhas de qualquer pessoa.