Ao longo de 26 anos como profissional do esporte, ele ganhou 27 motos, dois carros, uma caminhonete e vários prêmios em dinheiro.
Aparecida do Taboado (MS) – O aparecidense Adriano Queiroz de Freitas, encerrou no último sábado, dia 23, a sua carreira como competidor na modalidade cutiano – cavalo. Ao longo de 26 anos como profissional do esporte, ele ganhou 27 motos, dois carros, uma caminhonete e vários prêmios em dinheiro. A despedida aconteceu logo após seu último desempenho durante a final da 47ª edição do Taboadão.
Adriano montou no cavalo Mensageiro da Cia SMD, e conseguiu a maior nota da noite 89,50, conquistando o primeiro lugar na competição, e levou para casa o prêmio de R$ 10 mil. “Foi algo que eu comecei a fazer porque amava, agora estou encerrando esse ciclo da minha vida com ‘chave de ouro’, sendo Tri Campeão no Taboadão”, falou emocionado. Adriano já havia ganhando no Taboadão em 2004 e 2006.
O competidor lembrou-se da emoção quando a porteira do brete abriu e a arquibancada, camarote e área vip começaram a gritar seu nome e aplaudir. “Quando a porteira abriu e todo mundo começou a gritar, pensei ‘Jesus coloca a mão’, e ele colocou, pois por um momento achei que não ia conseguir, mas fiquei os oitos segundos em cima do cavalo e no final a sensação foi maravilhosa”, contou ele.
Ao longo de sua carreira ele conquistou mais de 51 títulos. “Além de Aparecida do Taboado, já, ganhei em Iturama/MG, Santa Fé do Sul/SP, Fernandópolis/SP, Ilha Solteira/SP, Barretos/SP, Loanda/PR, Cassilândia/MS, Guaxupé/MG, e muitas outras cidades. Da nossa região a única cidade que não conquistei nenhum título foi em Jales/SP”, lamenta ele.
A escolha de Aparecida do Taboado para se despedir das competições foi planejada desde o final do ano passado. “Em novembro montei em Loanda, no estado do Paraná, senti que havia chegado a hora de me aposentar, mas queria que fosse algo marcante na minha carreira, foi quando resolvi que pararia no Taboadão, ou seja, na minha casa. E Deus preparou tudo, porque todas as noites eu me sai muito bem e a final foi com um cavalo que é muito difícil de ser montado, pois costuma derrubar todos os peões. Masjá estava escrito, e eu consegui ficar os oitos segundos”, comemora Adriano.
“Quero primeiramente agradecer a Deus, que me deu força durante todo esse tempo que participei das competições; a minha família que sempre me apoiou; aos amigos do rodeio, com quem passei muito tempo; e aos peões antigos, que hoje estão aposentados, mas foi a minha inspiração por muitos anos. Hoje, me despeço com orgulho da minha carreira e tenho certeza que a minha vitória no Taboadão ficará marcada por muitos anos na memória desse povo querido”, disse emocionado.
Machucados
De acordo com Adriano, quem vive do esporte sempre acaba se machucando, algumas vezes mais graves outras nem tanto. “É muito comum encontrar um competidor machucado. Sabemos do risco ao subir no animal”, contou.
Um dos casos mais graves foi em 2014 no Taboadão, quando Adriano quase teve que se despedir das competições, ele machucou a coluna quando uma égua pulo no brete e o imprensou. “Fiquei quase um ano afastado das competições, fiquei com mancha de sangue no pulmão e mais de cinco meses tive dificuldades para respirar, foi uma fase complicada”, lembrou. Na época Adriano estava em 1º lugar na competição.
Prova do Laço
Pai de quatro filhos: Tais, Maria Eduarda, João Augusto e Pedro Lucas, Adriano agora vai se dedicar a família e a sua outra paixão: a Prova do Laço Comprido.
Esse ano será realizada a 5ª Edição da Prova do Laço da Chácara Santa Rita que anualmente reúne mais de 150 laçadores de várias cidades do Mato Grosso do Sul e São Paulo. “Eu adoro a Prova do Laço, é um esporte muito bonito e que exige muita dedicação e atenção do laçador”, falou ele.
O ano passado a competição entregou uma moto para o 1º lugar em dupla e mais R$ 6 mil em prêmios na categoria individual.