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Chuva ajuda, nível do rio Paraná volta ao normal e revive produção de cidade

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    A seca no rio Paraná em 2015 considerada a pior da história, já não é mais problema para Aparecida do Taboado – cidade distante 481 km de Campo Grande. O nível do rio chegou aos 96%, graças as chuvas que atingem o município desde julho do ano passado.
    De acordo com o professor doutor titular em Irrigação e Drenagem da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Fernando Tangerino, não era possível especificar quanto tempo demoraria para o nível do rio Paraná voltar ao normal. "Porém, em decorrência das chuvas que atingem a região Noroeste do rio desde o segundo semestre do ano passado, foi possível que o nível voltasse a sua normalidade em curto período", explica.
    De 1967 até 2015, a média histórica de chuvas em toda a região era de 1.244 milímetros. Em 2015, choveu 1.464 milímetros, sendo 18% a mais do que o esperado.
    Para o professor, no início do ano passado, as chuvas foram abaixo do histórico. "Situação que começou a mudar em julho, onde tivemos chuvas 44% acima do esperado; agosto foi 79% a mais; setembro foi 40% acima do esperado; outubro choveu 5% a menos", afirma.
    Em novembro, as chuvas atingiram 165% a mais do que esperado que era de 149 milímetros, sendo que choveu 395 milímetros. "Isso contribuiu para recompor o estoque de água, principalmente em janeiro deste ano, que choveu 20% a mais do que o previsto", avalia.
    O monitoramento do nível do rio também é feito pela PMA (Polícia Militar Ambiental) e de acordo com o sargento WillianBaraguini, o nível está em quase 100%. "Inclusive o rio está mais cheio do que estávamos acostumados a ver, antes da seca atingir o município", alega.
    Conforme o sargento, na próxima semana, as usinas devem abrir as comportas. "O rio já está quase no limite máximo e o volume de água vai aumentar quando abrirem as comportas, mas não há risco de inundação, pois quando o nível do rio trabalha com margem de segurança, o controle é feito de maneira mecânica", informa.
    O secretário de Turismo e Meio Ambiente de Aparecida do Taboado, Jary Augusto Silva, conta que o rio encheu de uma forma que ninguém esperava. "Segundo estudos feitos e as pessoas que trabalham com psicultura na região, o rio voltaria ao normal depois de cinco anos. O rio encher tão rápido assim nos surpreendeu, porque a situação era caótica", alega.
    Dos empresários que dependiam do turismo e que tinham balneários e restaurantes, apenas dois continuaram durante a seca e o restante fechou as portas e demitiu funcionários. "Nossos turistas são de cidades vizinhas paulistas que começam a retornar agora. Acredito que muitos empresários vendo a situação favorável novamente, voltarão as suas atividades", afirma.
    Outro problema destacado pelo secretário durante a seca, foi o pagamento dos Royalties repassado ao município. "O pagamento dos Royalties é feito pelas usinas hidrelétricas pelo uso da água do rio para geração de energia. Como o rio Paraná estava seco, mal a usina conseguia gerar energia, caindo o valor repassado e tendo queda na economia da cidade. Mas essa situação começa a ser modificada agora", explica.

Psicultura
    Um dos maiores criadores de Tilápia do país está em Aparecida do Taboado. O engenheiro agrônomo e piscicultor Dartagnan Ramos Queiroz, proprietário da Aguarauga, precisou demitir quatro dos 22 funcionários que tinha, devido a seca e pensou em desistir da região.
    "A situação começa a melhorar agora e antes de contratar mais funcionários, preciso saber como o mercado de alimentos vai ficar durante o ano, já que houve diminuição no consumo da carne de peixe", comenta.

Frigorífico
    As obras do frigorífico de peixes que estava sendo construído no município havia parado devido a redução da produção de pescado. Conforme o secretário de turismo, com a obra já finalizada, o frigorífico que teve investimento de R$ 18 milhões está em fase de contratação de funcionários.
    "Acredito que em abril o frigorífico comece a funcionar e são mais de 400 empregos. Agora, tudo que estava parado volta a funcionar e o município que tem o 4º maior polo industrial do Estado não vai parar", afirma.

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