Com 11 representantes eleitos nas eleições de 2020, o número de indígenas a ocupar assentos nas câmaras municipais de Mato Grosso do Sul cresceu. Os povos Terena, Kaiowá e Guarani vão contar pelos próximos quatro anos com vereadores em nove municípios do interior. Campo Grande não elegeu indígenas.
Quatro indígenas foram eleitos em primeiro mandato: Jayson de Souza Guarani (PT) e Joanir Martins Guarani (PT), em Amambai; Inaye Lopes Kaiowá (PSD), no município de Antônio João; e Marcelo Quevedo Kaiowá (PSDB), de Douradina.
Os demais candidatos já haviam passado pela tribuna municipal. Cinco se reelegeram para o segundo mandato, nestas eleições. Dois deles voltaram para a Casa de Leis depois de alguns anos sem ocupar o cargo.
Sibele Faustino Terena (PTB), de Miranda, esteve como vereadora entre 2008 e 2012. Em 2021, vai voltar a ocupar o cargo no legislativo. Em Japorã, Dorival Velasques Guarani (PSD), ficou durante quatro anos da Câmara, entre 2012 e 2016 e volta em 2021 para mais quatro anos.
Com a reeleição, Sérgio Terena (PT), de Nioaque, Cleber Valiente Guarani (MDB), de Paranhos, e Eber Reginaldo Terena (PSDB), de Dois Irmãos do Buriti, devem emendarem o mandato.
Também em Dois Irmãos do Buriti, Eder Alcantara Terena (PDT), e Claudemiro Lescano Guarani (MDB), de Coronel Sapucaia, se preparam para cumprir o terceiro mandatos seguidos.
Os municípios que elegeram representantes contam com aldeias indígenas. Na Capital, apesar de cinco aldeias urbanas, a população não elegeu representantes indígenas nas eleições de 2020.
A voz da comunidade no município – Coordenador Executivo da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e membro do Conselho Terena de Mato Grosso do Sul, Alberto Terena, que ocupar o cargo na Câmara de Vereadores é importante para se ter uma voz da comunidade em âmbito municipal.
“Precisamos aproximar a comunidade dos municípios e construir políticas públicas a partir do âmbito municipal”, explica.
Segundo ele, tal representatividade se torna ainda mais importante no cenário atual, de ascensão do autoritarismo, com direitos das minorias sendo atacados.
“O Governo Federal tem se negado a cumprir o papel que nos é de direito. A saúde é diferenciada, a educação é diferenciada, mas muitas coisas que são de competência do Estado Brasileiro às vezes tem deixado a desejar”, defendeu.
Alberto ressalta que os povos indígenas do Estado, se articula para disputar cargos no legislativo em âmbito estadual e também federal, nas próximas eleições.