Aparecida do Taboado (MS) – Depois de 2 anos tentando, o FrigoSul finalmente vai passar a exportar carne bovina para a China. A habilitação foi anunciada nesta terça-feira (12) pela Ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Segundo o sócio proprietário e diretor da unidade de Aparecida do Taboado, Paulo Eduardo Manfrin Pereira, o frigorífico, que já exportava 25% da produção para países como Argélia, Chile, Uruguai, Arábia, Emirados, Hong Kong, Egito e Peru, vai passar agora, com a habilitação para a China, a destinar 45% da sua produção ao mercado externo.
No entanto, de acordo com Paulo Manfrim, a produção não será afetada, “nós, por exemplo, vamos continuar abatendo 500 cabeças por dia na nossa unidade. O que muda mesmo é a fatia destinada à exportação, que antes era de 25% e agora vai passar a 40 ou 45%”, explicou. Diante disso, o que de fato será impactado é o mercado interno (Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), que antes consumia 75% da produção do FrigoSul e agora vai contar com 55% do total produzido.
Conforme avaliou o sócio-diretor, a habilitação trouxe inúmeros benefícios à empresa, como o status sanitário, já que o Chile é referência no mercado internacional por conta do grau de exigência dos produtos que importa, “com certeza isso vai abrir portas para que outros países se interessem pelos nossos produtos, pela nossa marca. É um avanço e tanto para nós”, comemorou Paulo Manfrim.
Outro ponto positivo com a habilitação, segundo ele, é o fator econômico, uma vez que a China é um dos países que mais remuneram bem o produto brasileiro.
Mercado
O Brasil nunca havia exportado tanta carne bovina em um único mês como em outubro. Foram 186 mil toneladas no valor de US$ 808 milhões. “É um recorde histórico”, afirmou Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne). E o grande apetite veio da China, que comprou 66 mil toneladas de carne bovina em outubro, 61% a mais que em setembro.
Vale destacar que essa necessidade de aumento nas compras de proteínas por parte dos chineses ocorre devido à forte retração no rebanho de suínos do país. A carne suína é a de maior consumo na China, mas a peste suína africana, que afeta vários países da região, já provocou uma redução de 40% no rebanho chinês de porcos, segundo o governo. Algumas estimativas privadas, no entanto, apontam mais de 50%. (Dados: Folha de S. Paulo)


