/

Cortes no orçamento somam R$ 44,6 bi e aumentam descrença dos prefeitos

2 minutos de leitura

    Somam R$ 44,6 bilhões os cortes no orçamento autorizados pela presidente Dilma Rousseff, sendo R$ 23,4 bilhões em fevereiro e outros 21,2 bilhões agora na última terça-feira (22), montante que atinge diretamente os municípios brasileiros. 
     A preocupação dos prefeitos é que o primeiro contingenciamento, anunciado no mês passado, atingiu diretamente o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em R$ 4,2 bilhões. 
     Os ministérios da Saúde e Educação terão os maiores contingenciamentos ­ de R$ 2,5 bilhões e R$ 1,3 bilhão, respectivamente.
     Para o presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Juvenal Neto (PSDB), o que mais preocupa é que as metas fiscais do governo refletirão em verbas carimbadas, como as emendas parlamentares. 
     De acordo com o Ministério do Planejamento, as verbas destinadas aos congressistas investirem em suas bases eleitorais  deverão encolher em R$ 8,1 bilhões.  
     “Realmente, é desanimador no momento em que os prefeitos correm contra o tempo para fechar as contas”, queixa-se o presidente da Assomasul, lembrando ainda as péssimas projeções feitas pelo Tesouro Nacional de que haverá uma queda de 36% no repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) no mês de março em relação a fevereiro. 
     A queda prevista anteriormente era de 35%, no entanto, o segundo repasse do fundo constitucional , feito no último dia 20, totalizou apenas R$ 8,320 milhões, devendo fechar o mês com R$ 67.859, ou seja 36%  a menor se comparado aos valores de fevereiro. 
     Para se ter uma ideia, o FPM rendeu R$ 105.500 milhões no mês anterior. “Volto a aconselhar medidas de contenção de gastos, não vejo outra saída senão economizar”, acrescentou Juvenal Neto, que a exemplo dos demais prefeitos convive na incerteza de verbas extras, como os chamados “restos a pagar, diante das medidas fiscais adotadas pelo governo. 
 
MEDIDAS
     O restante do corte do orçamento da União está distribuído, não linearmente, entre todos os ministérios. O governo também revisou a projeção de queda do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano de ­1,9% para ­2,9%. Sobre 2015, o governo estima que a economia tenha recuado 3,7%. Para o IPCA, a projeção é de 7,1%, acima do teto da meta de 6,5%, para 2016.
     De acordo com o ministro Valdir Simão (Planejamento), programas prioritários do governo serão preservados, como o Bolsa Família e o
     Minha Casa, Minha Vida, assim como ações contra o vírus da zika, entre outros.
     "Queremos garantir investimentos e ações sociais, priorizando projetos de investimento estruturantes e em fase de conclusão", disse, segundo o portal G1.
     Do outro lado, os gastos do governo com benefícios como abono, seguro­desemprego e subsídios cresceram R$ 22,8 bilhões.
     O governo vai compensar a escalada dos desembolsos diminuindo em R$ 12 bilhões pagamento de precatórios, anunciou os ministros.
     Os ministros defenderam que a lei orçamentária de 2016 é bem mais restritiva que a do ano passado, sobrando pouco para cortar.
     "O sacrifício será muito maior do que aquele feito no ano passado nas despesas discricionárias", disse Simão.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

Mais Recente de Blog