O valor que deveria ser o salário mínimo em Campo Grande e em outas 26 capitais do Brasil voltou a aumentar, indicou pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em maio foi constatado que era preciso ganhar R$ 3.777,93 para se manter uma família.
O salário mínimo atualmente é de R$ 880, ou 4,29 vezes menor do que a quantia necessária para sobrevivência de uma família com quatro integrantes. Em abril, essa mesma estatística indicava ser necessário salário de R$ 3.716,77.
Pela constituição, o pagamento chamado de mínimo deveria suprir despesas de alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
"Em maio de 2016, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 97 horas, maior que a jornada calculada para abril, de 96 horas e 26 minutos", informou nota do Dieese.
Apesar desses números, o departamento divulgou que Campo Grande teve o menor aumento no preço da cesta básica no mês passado, 3,39%. Porto Velho (RO) e Porto Alegre (RS) apareceram na sequência, com 3,84% e 4,49%, respectivamente.
Goiânia (GO) registrou a maior alta na cesta básica (14,80%), seguida por Belém (14,50%) e Aracaju (12,78%).
O preço da cesta em Campo Grande ficou em R$ 401,63, no mês de maio. A capital mais cara nesse quesito é São Paulo, onde os mesmos produtos saem por R$ 449,70.
PRODUTOS E PREÇOS
A pesquisa do Dieese indicou que farinha de mandioca, feijão, leite, manteiga e batata foram os produtos que registraram aumento de preço. Óleo de soja e banana tiveram os valores reduzidos.
Em Campo Grande, o preço do leite foi o que registrou alta mais expressiva entre as capitais brasileiras. Há entressafra do produto e o aumento foi de 7,24%. Ao mesmo tempo, o custo da manteiga caiu 12,27%.
A Capital tem a 11ª cesta básica mais cara do país. "A jornada do trabalhador campo-grandense foi de 100 horas e 25 minutos em maio (para poder comprar os produtos com salário mínimo)", analisou o departamento intersindical.
DADOS
Preços que tiveram redução: manteiga (-12,27%), batata e óleo (-2,73%), arroz (-2,71%), tomate (-1,57%), café (-1,28%), banana (-1,25%), açúcar (-1,24%) e carne (-0,20%). Leite (7,24%), feijão (4,70%), farinha de trigo (3,81%) e pão francês (1,37%) registraram altas.
Para se adquirir uma cesta básica familiar em maio foi preciso desembolsar R$ 1.204,89 em Campo Grande.