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De alternativa à renda principal: confira resultados da produção de maracujá em Paranaíba

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    O programa Hortifruti Legal, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, completou em junho o primeiro ano de assistência técnica realizada junto a 30 produtores familiares no município de Paranaíba. O cultivo que começou como uma experiência para diversificação da renda, atualmente é a principal fonte de renda dos moradores que somam 15 mil pés do fruto plantados ao todo, em 20 hectares e com uma colheita de 3,5 toneladas semanais no período de safra.
    Uma das produtoras que comemora a decisão de investir no maracujá é a Marinez Barbosa da Silva que reuniu a família, para juntos darem conta do negócio que melhora a cada dia. “Meus dois filhos que estavam trabalhando na cidade retornaram para nossa propriedade, pois, unimos esforços na produção comercializada para uma empresa de polpas que compra de todos aqui no assentamento”, explica.
    Com um cultivo inicial de 326 plantas, a família obteve uma colheita de quatro toneladas de polpa e lucratividade suficiente para planejar o aumento do plantio e diversificar as atividades agrícolas. “No começo nós trabalhávamos com produção de leite, mas não me arrependo de ter escolhido trabalhar com o maracujá. Já iniciamos a ampliação do pomar e vamos fechar em mil plantas. Além disso, estamos conversando com o técnico de campo que nos atende e recebendo orientações para começar o plantio de tomate salada”, acrescenta a produtora.
    O responsável pelo acompanhamento da turma é o técnico de campo do Senar/MS, Flávio Correa, que acompanha o grupo desde o começo da atividade. “É gratificante testemunhar a melhoria na vida de cada um dos participantes do Hortifruti Legal. Os produtores mostraram que a união faz a força ao criarem uma associação que possibilitará volume de produção e negociação de melhores preços. O que nos motiva é perceber que os assistidos confiam em nosso trabalho e atualmente iniciamos a orientação para o plantio escalonado em culturas como repolho, tomate e melancia”, relata.
    Parceria de sucesso – o produtor familiar Valtuir Ferreira de Souza é um dos mais antigos moradores do local (19 anos) e reforça o comprometimento do sindicato rural e Senar/MS em levar cursos e assistência técnica às famílias. “No começo eu e alguns vizinhos tentamos produzir a fruta, mas tínhamos dificuldade para escoar o produto e acabamos desistindo. Com apoio do sindicato rural, que trouxe os cursos, e o trabalho do Hortifruti Legal estamos realizando um sonho antigo e depois de participar da última capacitação que foi Implantação e Manejo Básico de Horta iniciamos uma horta comunitária”, explica.
    Na avaliação da mobilizadora do sindicato rural de Paranaíba, Dalva Rosa Castanheiras, o sucesso com a produção em fruticultura é mérito dos produtores que trabalharam juntos e buscaram conhecimento e associativismo. “Esta turma mostra a força do trabalho em equipe e desde o começo acreditaram na ideia de montar uma associação. O resultado teve apoio do empresário que compra a produção, no esforço contínuo das famílias em aprender e na credibilidade que o Senar/MS tem por aqui. Tanto que, antes de conhecerem o trabalho da instituição, era difícil fechar turma, agora temos lista de espera em todas as ofertas de qualificação”, destaca.
    A presidente da APPAS – Associação dos Pequenos Produtores do Assentamento Serra, Irani Adriana da Silva, faz parte do grupo que começou a produção de maracujá e revela que os moradores estão se unindo para promover evento com tema de maracujá no próximo dia 10 de setembro. “Vamos fazer uma festa animada com competições esportivas, forró e várias opções de alimentos produzidos com maracujá, no barracão principal do assentamento. Nosso objetivo é reverter o lucro para construção da sede de nossa associação e termos espaço físico para receber mais cursos do Senar/MS”, argumenta.
    Informações adicionais – A espécie de maracujá cultivada em Paranaíba é a Sol do Cerrado, muito apreciada pela alta produtividade e rendimento da polpa que pode chegar a 40% do fruto. O produtor interessado em iniciar o cultivo vai desembolsar entre R$ 4mil e R$ 5 mil, por hectare, no entanto, o retorno do investimento é relativamente rápido, segundo explica Correa. “A fruta bem manejada e irrigada produz o ano todo, então em seis meses o produtor recupera o que investiu com preparo do solo, compra de mudas e monitoramento de pragas. No entanto é bom reforçar que esta espécie não se desenvolve bem em terreno muito úmido ou em clima frio”, observa o técnico.

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