O senador Delcídio do Amaral (MS) se transformou no “homem bomba” que explodiu o Planalto, estilhaçou o PT de Mato Grosso do Sul e incendiou o Brasil. A crise política do País agravou-se ainda mais com a operação da Polícia Federal na residência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conduzido coercitivamente para depor no Aeroporto de Congonhas.
Os petistas do Estado estão cabisbaixos e órfãos com a ação da Polícia Federal sobre Lula e com a delação premiada de Delcídio. O senador poderá ser expulso do PT e deixará vácuo no partido em Mato Grosso do Sul. Hoje, os petistas têm Delcídio como referência pelo seu trânsito em Brasília. Só que hoje, as portas se fecharam para o senador.
Delcídio não tem mais, hoje, espaço para fazer política. Nem no Senado ele será bem recebido depois de transitar livremente na oposição e ter a porta escancarada do Planalto para falar com a presidente Dilma Rousseff. Até ser preso pela Polícia Federal, Delcídio era o líder do governo no Senado.
A prisão precipitou o fim da jornada política do senador. Nem os petistas mais otimistas de Mato Grosso do Sul acreditam na sua recuperação. E nem Delcídio deve acreditar na hipótese de dar a volta por cima. Pensando no pior, o senador decidiu abrir a boca para delatar como o funcionamento o esquema de corrupção. Detalhou tudo o que viu, ouviu e participou.
A situação de Delcídio é tão complicada que não tem como fazer planos para o futuro. O sonho de governar o Estado não passou de sonho, porque o maior pesadelo foi ser acordado pela Polícia Federal para ser preso.
Ele não tem como projetar nada na política, porque corre o sério risco de ter o mandato cassado e ficar inelegível por oito anos, bem como ser expulso do partido.
Sem contar com eventual condenação na Lava Jato. O senador responderá a vários processos. Um deles o levou à prisão por 87 dias. Delcídio foi acusado de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para não envolvê-lo no esquema de corrupção da Petrobras.
Condenado e inelegível por eventual cassação de mandato, Delcídio terá de voltar à atividade privada. O vácuo no PT pode ser ocupado por nova liderança ou mesmo ser preenchido pelo ex-governador e deputado federal José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT.
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