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Dólar opera em alta, perto de R$ 5,72; Bolsa despenca 7% após saída de Moro

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O dólar comercial subia e a Bolsa caía nesta sexta-feira (24). Por volta das 14h15, a moeda norte-americana avançava 3,46%, vendida a R$ 5,719. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuava 7%.

O movimento acontecia após a notícia de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Tensão política por saída de Moro

O dólar renovava máximas recordes logo após a abertura hoje, com a tensão política em torno da exoneração do diretor-geral da Polícia Federal e da crise com a saída do ministro da Justiça, Sergio Moro.

“Aqui, o cenário político deverá continuar nebuloso”, disse em nota Ricardo Gomes da Silva, da Correparti Corretora. “A deterioração das contas públicas em decorrência da pandemia da Covid-19, associada à interminável crise, especialmente entre o Executivo e Legislativo, põe o Brasil nas cordas”, completou.

Na quinta-feira, o dólar à vista já havia disparado diante dos ruídos políticos e registrou a máxima histórica para fechamento de R$ 5,528, alta de 2,19%.

Banco Central intervém

Em meio à disparada do dólar, o Banco Central anunciou duas operações extraordinárias para venda de contratos de swap cambial e também realizou um leilão de venda de dólar no mercado à vista. Com isso, o BC injetou no mercado um total de US$ 1,545 bilhão.

O BC colocou ainda todos os 10 mil contratos de swap cambial (US$ 500 milhões) em leilão de rolagem e US$ 700 milhões em operação para postergar o vencimento de linhas de moeda estrangeira (a oferta era de até R$ 3 bilhões).

Bolsa chega perto de ‘circuit breaker’

O Ibovespa desabava nesta sexta-feira, chegando a cair mais de 9,5% no pior momento da sessão, após o pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Se a queda chegasse a 10%, o pregão seria automaticamente interrompido por 30 minutos pelo mecanismo chamado circuit breaker.

“Estamos vendo um governo se desfazer em meio a uma situação gravíssima de política internacional”, afirmou Fernando Bergallo, da FB Capital.

“A troca do Ministro da Saúde em plena pandemia já pegou muito mal para o investidor estrangeiro. No momento em que o segundo pilar do governo, que emprestou a credibilidade para o Bolsonaro, sai do governo, você está perdendo outra perna desse tripé que não vai se sustentar sozinho”, afirmou.

 

 

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