A relevância do papel empreendedor do produtor rural sul-mato-grossense e os resultados obtidos no campo por intermédio da gestão, sucessão familiar e sustentabilidade. Este foi o destaque do discurso feito pelo presidente do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Mauricio Saito, durante o 1º Dia de Campo ‘Carne Carbono Neutro’, realizado nesta sexta-feira (22), em Ribas do Rio Pardo.
O evento aconteceu na Fazenda Boa Aguada, onde lideranças rurais, profissionais, estudantes e pesquisadores foram recepcionados pelo produtor rural Geraldo Mateus Campos Reis e seus filhos.
“É necessária a manutenção do ambiente de competitividade dos produtores rurais. Essa propriedade [Fazenda Boa Aguada] é um exemplo claro que o produtor rural faz o dever de casa”, acrescentou Saito, reforçando o papel da família Reis ao aderir novas tecnologias e ser uma das pioneiras no Conceito Carbono Neutro. Desde 2015, a Fazenda Boa Aguada vem sendo avaliada para a produção do primeiro lote experimental de animais com base no protocolo CCN. O abate dos animais experimentais ocorreu no dia 19 de maio deste ano.
A marca-conceito Carne Carbono Neutro (CCN) é desenvolvida pela Embrapa com a finalidade de atestar a carne bovina produzida com alto grau de bem-estar animal, na presença do componente arbóreo, em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta, IPF) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta, ILPF). Nessas condições, as árvores neutralizam o metano entérico exalado pelos animais, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa que provoca o aquecimento global.
Para o diretor tesoureiro do Sistema Famasul e presidente da Fundação MS, Luis Alberto Moraes Novaes, acrescentou, em seu discurso, que o produtor rural é peça chave para o desenvolvimento econômico e sustentável do Estado. “ O futuro do setor produtivo passa pela integração. Precisamos trabalhar a alternação de culturas, porque esse é caminho da sustentabilidade e temos o empenho de fazer uma construção institucional para trazer um ambiente favorável ao produtor rural”.
Segundo o Chefe Geral da Embrapa Gado de Corte – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Cleber Oliveira, o trabalho desenvolvido pela comunidade científica é fundamental para a evolução agropecuária. “Desde 1992, trabalhamos de forma ininterruptas a questão da sustentabilidade na Embrapa, por intermédio do sistema de integração. Com base cientifica sólida, a pecuária dentro do sistema de integração consegue mitigar a emissão de gases de efeito estufa”.
De acordo com o secretário de Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas, todo o assunto abordado no evento comprova o trabalho realizado na comunidade científico. “O futuro da agropecuária passa por uma mudança de comportamento. E isso deve estar baseada na integração de atividades e de modo intensivo”.
A realização do evento é da Embrapa, do Grupo Mutum e da Intercorte. Apoio: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sistema Famasul, Fundação MS, Bellman, Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), JBS, Banco do Brasil e Rede de Fomento ILPF (Cooperativa Agroindustrial Cocamar, Dow AgroSciences, John Deere, Parker e Syngenta) e compõe a programação do Circuito InterCorte. Além das lideranças já citadas, participaram do evento, o superintendente estadual do Banco do Brasil, Evaldo Emiliano de Souza e os presidentes dos sindicatos rurais: Ruy Fachini Filho, de Campo Grande; Marco Garcia, de Três Lagoas.
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