Mesmo com as aulas online adotadas devido ao avanço da pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19), a Escola do Sesi de Aparecida do Taboado procurou mobilizar os estudantes para o “Maio Laranja”, mês dedicado ao combate do abuso sexual de crianças e adolescentes. O foco foi sensibilizar e convocar a todos a participarem da luta em defesa dos direitos das crianças e adolescentes.
Segundo a diretora Silvia Watanabe, com a mobilização, a Escola buscou informar alunos e responsáveis sobre as situações de exploração, abuso e violência contra crianças e adolescentes. “Dessa forma, eles podem se tornar multiplicadores dessas informações frente à necessidade de denunciar tais agressões. Assim, os alunos e os seus responsáveis ampliam seus conhecimentos e, de certa forma, aplicam no dia a dia”, declarou.
Para realizar essa mobilização, foram enviados aos pais e alunos um informativo sobre o momento e comunicado que os estudantes e professores deveriam vestir ou usar algum acessório na cor laranja no dia 18 de maio. Nessa mesma data, as turmas assistiram vídeos e iniciaram atividades de mobilização, sendo que cada professor foi responsável por conversar com os estudantes para ouvir a opinião deles, sensibilizá-los e conscientizá-los sobre o assunto.
Além disso, eles elaboraram frases, enviaram fotos, construíram cartazes virtuais e montaram um mosaico com o belíssimo símbolo da campanha, que é uma flor. Os alunos tiveram, ainda durante as aulas online de linguagens, uma palestra com Reginaldo Bezerra Barbosa, que é ex-conselheiro tutelar da cidade e acadêmico do curso de Direito.
“Foi muito gratificante poder falar para um grupo de adolescentes, mesmo que virtualmente. Eles compreenderam a mensagem sobre a importância de proteger crianças e adolescentes desses crimes que utilizam todos os dias e muitos dessas violências acontecem ao nosso redor sem serem percebidas”, detalhou Reginaldo Bezerra Barbosa, que foi conselheiro tutelar por quatro mandatos, atuando na área da infância e adolescência por 17 anos.
Para o aluno Afonso Martiniano, do 4º ano do Ensino Fundamental, as atividades em torno do “Maio Laranja” foram muito educativas. “Eu achei muito legal. A gente tem que se proteger bastante por causa disso. Não podemos chegar perto de gente estranha, não podemos aceitar coisas de pessoas estranhas”, alertou.
Já o aluno Leonardo Angelo de Souza Neto, do 7º ano do Ensino Fundamental, completa que é preciso tomar todo tipo de cuidado com as pessoas que sofreram esses abusos e exploração sexual, pois essas cicatrizes são permanentes. “Na minha opinião, devemos olhar a nossa volta, pois talvez uma pessoa quis contar o que estava acontecendo para você. Se você está lendo meu depoimento e sofre abuso ou exploração sexual ou não gosta da forma que alguma esteja te tocando, procure um adulto ou uma pessoa de confiança e não tenha medo de contar”, aconselhou.
“É de fato inquestionável que foi fundamental a reunião que tivemos com o senhor Reginaldo Bezerra. As informações ditas e os esclarecimentos feitos durante a reunião adicionaram conhecimento sobre um assunto extremamente importante. Essa mobilização representa uma luta contra o abuso e exploração sexual ao adolescente e a criança e aprendi que é necessário entender que essa luta deve ser de toda a sociedade”, falou a aluna Ellen Amanda Maria Santos da Silva, da 1ª série do Novo Ensino Médio.