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Escolas do Sesi do Estado já lecionam empreendedorismo desde 2001

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Do Ensino Fundamental ao Ensino médio, o estímulo ao empreendedorismo integra a grade curricular dos alunos das escolas do Sesi de Mato Grosso do Sul desde 2001. O superintendente do Sesi, Bergson Amarilla, ressalta a importância de ensinar, desde cedo, conceitos empreendedores, o que é feito há pelos menos 15 anos nas escolas da entidade, mas que, a partir de 7 de fevereiro deste ano, passou a ser obrigatório no Estado por meio da Lei Estadual nº 4.978, que determina, por meio do Programa Estadual de Incentivo ao Jovem Empreendedor, o ensino de empreendedorismo nas escolas públicas e privadas de Mato Grosso do Sul. 

“As iniciativas de ensino de empreendedorismo hoje se limitam ao nível superior e, ainda assim, em poucas escolas, ou seja, o contato com o empreendedorismo durante os primeiros anos da educação, ainda que ele seja motor do desenvolvimento de um País, ainda é um privilégio de poucos no Brasil”, avaliou o superintendente do Sesi. 

Nas escolas do Sesi, a disciplina “Empreendedorismo e Ética”, que trabalha com conceitos como a promoção do protagonismo dos alunos, atitudes criativas, assertividade e busca da inovação, faz parte da grade curricular fixa dos alunos desde o 6º ano do Ensino Fundamental até a 1ª série do Ensino Médio, com aulas aplicadas uma vez por semana. Mas o contato dos alunos com o empreendedorismo começa desde a infância, na Educação Infantil, voltada para as crianças de 4 a 5 anos de idade.

Nesta fase, a Escola do Sesi utiliza ferramentas como Lego e musicalização para trabalhar conceitos importantes, como trabalho em equipe, respeito ao próximo e desenvolvimento de habilidades motoras. No Ensino Fundamental I, do 1º ao 5º ano, têm início o conteúdo curricular básico aliado a aulas de robótica, com Lego, filosofia para criança e de empreendedorismo por meio de programas da Junior Achievement e JEPP do Sebrae. Também é utilizada a plataforma Mangahigh como solução educacional para o ensino da matemática. 

Os alunos do Ensino Fundamental II, do 6º ao 9º ano, também aprendem conceitos de robótica aliados ao conteúdo curricular básico. O empreendedorismo, então, passa a ser direcionado para o protagonismo juvenil e iniciativa de visibilidade do mercado de trabalho. Além do Mangahigh, o modelo XD Education possibilita novas estratégias de ensino e aprendizagem por meio de soluções tecnológicas.

E quem está no Ensino Médio pode encarar desafios no Laboratório de Oficinas Tecnológicas e potencializar o aprendizado com as ferramentas XD Education, Geekie Lab e Imaginie plataformas específicas para a preparação para o ENEM, tudo isso aliado a conteúdos básicos atuais e contextualizados.

Empreendedorismo na prática

Um dos exemplos de como a disciplina de empreendedorismo já rendeu frutos para os alunos da Escola do Sesi de Campo Grande é o “Urupet”, que, com o nome de bicho e da garrafa de pet, é uma ferramenta portátil desenvolvida por alunos do 8º ano do Ensino Fundamental durante as aulas e serve para auxiliar catadores a amassar garrafas pet e assim compactá-las, economizando espaço e facilitando no transporte do material reciclável para sua destinação correta. 

Esse amassador portátil de garrafas pet foi considerado uma das 11 invenções mais inovadoras do Brasil no Desafio Criativos da Escola 2016 e concorreu com 1.014 iniciativas do País inteiro, sendo a única premiada na Região Centro-Oeste. 

De acordo com a diretora Gláucia Campos, o ensino empreendedor estimula o aluno a criar soluções práticas conjuntas e mantém os jovens em sintonia com as inovações tecnológicas do mercado de trabalho. “Eles desenvolvem o espírito de colaboração, oralidade, na forma de se comunicar e na resolução dos problemas. O respeito ao próximo faz muita diferença”, avaliou.

A professora Gláucia Ethel Rodrigues, que ministra a disciplina de Empreendedorismo e Ética, demonstra na aula para os alunos a necessidade de entender os problemas da sociedade e de como o aluno pode criar a solução, com métodos que partem da filosofia e vão até a utilização de conceitos de robótica. “A cooperação e a educação humanizada ajudam a pensar no outro, e até ampliar a renda no seu trabalho”, explicou.

Desenvolvida no ano passado pelos alunos, enquanto eles estavam no 7º ano do Ensino Fundamental, o amassador de garrafas pet foi criado a partir da necessidade dos catadores em conciliar espaço para a carga e a possibilidade de compactar o material logo que é encontrado. Os amassadores tradicionais são fixados na parede, enquanto a ferramenta criada pelos alunos é portátil e de fácil confecção, necessitando apenas de alguns encaixes feitos de canos e de um cabo de vassoura. 

“A ideia é que eles possam fazer de material reciclado”, explica Miguel Costa Flores, de 12 anos, para quem o ensino de técnicas de empreendedorismo é importante para a família e para o futuro. “A gente pode ajudar mais as pessoas, o mundo, a família. Temos que buscar sempre o conhecimento”, pontuou o estudante. 

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