Os trabalhadores da educação da Rede Estadual de Aparecida do Taboado estão de braços cruzados desde quarta-feira, dia 15, para protestar contra a reforma à previdência social, proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB).
Em Mato Grosso Sul a mobilização foi aderida por outras categorias: segurança pública, construção civil, servidores públicos federais e do Judiciário, empregados dos Correios, eletricitários, bancários e outras categorias.
De acordo com o presidente do SIMTED (Sindicato dos Trabalhadores em educação), Ronilson Nogueira Machado, a paralisação dos trabalhadores da educação será até nesta sexta-feira, dia 17. “No domingo, será realizada uma assembleia geral na Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, para analisar a mobilização pelo país e estados, e será decido se vai continuar ou não”, informou. No município, as aulas devem retornar ao normal na segunda-feira, dia 20. “Estamos lutando contra os retrocessos da Reforma da Previdência, porque os trabalhadores, e mais ainda, as trabalhadoras em educação serão grandes atingidas, principalmente com o fim da aposentadoria especial do magistério e o ato de igualar o tempo de serviço de homens e mulheres”, disse.
“Essa será uma forma de pressionar os parlamentares responsáveis em votar a PEC/287 e demonstrar o descontentamento dos trabalhadores com o conteúdo dessa Reforma da Previdência”, explicou Ronilson Nogueira Machado.
Na quarta-feira foi realizada uma mobilização na Ponte Rodoferroviária que liga os estados brasileiros de Mato Grosso do Sul e São Paulo sobre o Rio Paraná; depois uma panfletagem no semáforo; reunião com os pais na escola Georgina O. Rocha; e uma ação na Feira do Produtor Rural, explicando os impactos da Reforma da Previdência na vida do povo brasileiro.
Em visita a Aparecida do Taboado na última sexta-feira, dia 10, o presidente da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto MagnoBotareli Cesar, falou aos trabalhadores em Educação, servidores municipais e a população em geral sobre as consequências da Reforma da Previdência.
O presidente da FETEMS explicou, de forma detalhada, os impactos negativos sobre os trabalhadores, caso a Reforma da Previdência seja aprovada da maneira como o Governo quer. “O Governo Federal procura acelerar ao máximo o processo de votação desse Projeto de Emenda da Constituição, para não permitir que a sociedade tenha tempo para debater e entender os enormes prejuízos que serão causados as classes trabalhadoras caso essa Reforma seja aprovada da forma como está”, falou.
Botareli também comentou, após a aprovação das medidas, o quanto será difícil para um jovem que entra no mercado de trabalho se aposentar com integralidade nos vencimentos. “Caso essa Reforma seja aprovada, será preciso contribuir 49 anos e ter no mínimo 65 anos de idade para aposentar. Outro aspecto nefasto da Reforma da Previdência é igualar a idade entre homens e mulheres para fins de aposentadoria, acaba com as aposentadorias especiais e modifica o sistema de contribuição dos agricultores familiares e homens do campo”, explicou.
“Diante disso essa Reforma deveria receber outro nome, que é a destruição do sistema previdenciário público em nosso País. A possibilidade de alguém se aposentar com integralidade são praticamente nulas e a carreira dos servidores é destruída. Foram anos e anos de luta para conquistar um salário mais digno e com uma decisão sem debate com as categorias querem exterminar com essas conquistas”, avaliou o presidente da FETEMS.
De acordo com Botareli, a Reforma da Previdência vai fazer com que os trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos trabalhem até morrer, contribuam mais com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e ganhem menos na aposentadoria. “O trabalhador será obrigado a procurar uma previdência privada, ou seja, vai contribuir com o desconto em folha e ainda buscar os agentes bancários, para ter uma segurança maior”.