Aparecida do Taboado (MS) – A borracha natural é considerada produto estratégico para a economia global; a diversidade de sua aplicação industrial, essencial na manufatura de artefatos usados na indústria pneumática e automotora, aviões e tratores agrícolas, além de utilizada na fabricação de pisos industriais, luvas e materiais cirúrgicos, confere o elevado grau de importância econômica da heveicultura. Sabendo disso, a Associação dos Produtores de Borracha de Aparecida do Taboado e Região (APROBAT) realizou, na manhã de sábado, dia 3, uma reunião com os produtores do município e região, ocasião em que ocorreu uma palestra com Fernando do Val Guerra, Presidente da Associação Brasileira de Produtores e Beneficiados de Borracha Natural (ABRABOR), e com Agnaldo Gomes da Cunha, Diretor Técnico da APROB GO/TO (Associação dos Produtores de Borracha de Goiás e Tocantins), para falar sobre o mercado nacional e internacional e gestão de sangria em seringais de cultivos.
Segundo o Presidente da APROBAT, Eduardo Antônio Sanchez, o principal intuito da palestra foi orientar os produtores sobre o mercado nacional do látex. “A nossa Associação é nova, mas estamos buscando junto aos produtores o fortalecimento da classe”, falou.
Eduardo informou que Aparecida do Taboado conta com 3,7 mil hectares de área plantada (1,815 árvores), e que no próximo ano vai gerar 900 empregos diretos. “Estimamos que o município se torne um grande produtor em um futuro próximo”, ressaltou Eduardo. “Por esse motivo queremos que os produtores estejam sempre bem informados do mercado nacional e internacional e, principalmente, da manutenção de seu seringal para que ele continue produzindo”.
Fernando do Val Guerra destacou que a classe produtora de borracha natural tem que se fortalecer para conseguir trazer mais benefícios. “Os produtores de Aparecida do Taboado e região já deram o primeiro passo que foi a formação da APROBAT, mas é necessário realizar uma Associação Estadual para ter mais representação, e, consequentemente, vir a participar da Associação Brasileira de Produtores e Beneficiados de Borracha Natural, para podermos levar os pleitos de Mato Grosso do Sul até Brasília”, falou.
Outro assunto abordado por Fernando foi a economia. “A seringueira da qual se extrai a borracha é uma árvore nativa do Brasil. Porém, o mercado interno é responsável por menos de 1/3 do que é consumido. Faltou visão na criação de uma política cíclica para o setor. Estamos falando de um produto que demora sete anos para você começar a produzir e mais sete anos, em condições normais, para você ter retorno do investimento. Por esse motivo é que a Associação tem grande importância na luta por um seguro rural que possibilite o crescimento do setor”, ressaltou. Fernando do Val Guerra aproveitou a oportunidade e assinou a ficha de associação da APROBAT.
Já Agnaldo Gomes da Cunha, Diretor Técnico da APROB GO/TO (Associação dos Produtores de Borracha de Goiás e Tocantins), abordou o tema gestão de sangria em seringais de cultivos. “Durante a capacitação foram abordadas várias dinâmicas diferentes de trabalho e desenvolvimento de atividades dentro da lavoura, para que o produtor tenha condições de assimilar qual vai se adequar melhor na sua área”.
Para os produtores que já começaram ou vão iniciar a sangria, o Diretor Técnico da APROB deixa uma dica que é o planejamento. “É necessário planejar muito bem, realizando simulações e, principalmente, buscando qualificação. Hoje temos vários cursos que vão auxiliar o produtor a realizar com mais qualidade a sangria da seringueira; a vida útil de um seringal depende, basicamente, da qualidade do trabalho de sangria sendo necessários conhecimentos sobre frequência de corte, profundidade e inclinação”.
De acordo com Agnaldo, Aparecida do Taboado está muito bem localizada e tem potencial para ser uma grande produtora de látex, pois possui todas as condições necessárias. “Hoje, a Associação é a voz do produtor, por esse motivo a classe tem que estar fortalecida e buscar mais soluções”.
Mato Grosso do Sul será o primeiro Estado do ranking nacional de produção de celulose a partir do ano que vem. Projeção foi feita pela diretora de Relações Governamentais e Institucionais da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
Conforme o Ibá, nos últimos 10 anos houve crescimento médio de 22% da área plantada de florestas em Mato Grosso do Sul. Com esse patamar de produção, investimentos previstos para o Estado permitirão manter o Brasil como o 2º maior produtor mundial de celulose em 2017.
Evento destacou a importância econômica da heveicultura na região
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