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?Há 20 anos, Ponte Rodoferroviária vem fazendo a integração nacional e continental

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      Aparecida do Taboado (MS) – A partir de um belíssimo artigo escrito pelo ex-deputado federal Edinho Araújo, hoje prefeito de São José do Rio Preto, produzimos essa matéria tratando sobre os 20 anos de inauguração da Ponte Rodoferroviária, celebrados ontem (29), que junto com a Hidrovia Tietê-Paraná fazem de Aparecida do Taboado um importante polo logístico para a produção industrial, pecuária, fruticultura, turismo, armazenamento, transporte e distribuição.

      Como disse Edinho, foram 3 décadas de luta sem trégua, intercalando momentos de otimismo e pessimismo, que resultaram na construção da ponte, ligando diretamente Mato Grosso do Sul ao Estado de São Paulo, e que trouxe  desenvolvimento para a Costa Leste de MS e o Oeste Paulista, bem como para todo o país.

      A obra foi inaugurada em 29 de maio de 1998 pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, com um investimento de mais de R$ 500 milhões. Ela é a maior ponte da América Latina e maior ponte fluvial brasileira, com extensão com 3.800m, nos sistemas ferroviário e rodoviário. Sua construção possibilitou a conclusão da ferrovia Ferronorte, que liga a malha ferroviária do estado de Mato Grosso do Sul à cidade de Alto Taquari, no estado de Mato Grosso, permitindo o escoamento da produção de grãos de parte do Centro-Oeste brasileiro. Além disso, a ponte liga os estados brasileiros de Mato Grosso do Sul e São Paulo sobre o Rio Paraná, unindo Aparecida do Taboado à cidade paulista de Santa Fé do Sul.

      Preconizada pelo poeta Euclides da Cunha no início do século passado, há 20 anos a obra finalmente saiu do papel. O engenheiro e escritor enxergou na estrada precária, que ligava Jaboticabal ao Porto Taboado, um futuro caminho da integração nacional para levar o desenvolvimento ao coração de um Brasil virgem e inóspito.

      Segundo Edinho Araújo, que foi um dos políticos que liderou o movimento pela construção da ponte, muitos engenheiros, ministros e chefes de Estado passaram pelo Poder nas quase três décadas de luta quando, então, o Estado de São Paulo concordou em pagar por metade da obra, “a ponte avançou até o meio do rio e parou. Mas o que fazer com meia ponte? Voltamos então nossos esforços para a União, numa época em que fui deputado federal. Mobilizamos lideranças dos dois estados, fizemos inúmeras concentrações regionais, jamais esmorecemos. A persistência deu resultado e a ponte de 3.800 metros, obra única da engenharia nacional, projetada em treliças, montada como se fosse um gigantesco brinquedo, foi finalmente retomada e concluída”, lembrou ele.

      Foi assim que a travessia rápida substituiu as pesadas balsas. Se o tempo para cruzar o rio era de uma hora em média (quando o clima permitia), passou então a ser de, no máximo, três minutos. As cidades nos dois lados da fronteira de Mato Grosso do Sul e São Paulo (Aparecida do Taboado e Santa Fé do Sul) experimentaram um incremento no intercâmbio comercial, cultural, turístico e de lazer, que foram refletidos, mais tarde, na qualidade de vida da população de ambos os municípios.

      É importante ressaltar que 3 modais de transporte se unem nesse trecho do rio Paraná onde a ponte foi instalada. Na parte superior, passam os veículos em quatro faixas rodoviárias (duas em cada sentido), ligando as rodovias Euclides da Cunha (SP-320) e BR-158. Na parte inferior, os trens de carga, que levam parte da produção nacional de grãos do país para o Porto de Santos; e abaixo, barcaças cortam o Paranazão levando variados tipos de cargas. São as marcas de um progresso conquistado a duras penas.

      “A luta pela ponte foi longa, mas valeu à pena. Houve uma mobilização histórica em toda a região. Além da classe política e dos cidadãos, devemos muito aos órgãos de imprensa, engajados desde o início nesta grande batalha, cujo desfecho orgulha a todos nós”, finaliza Edinho.

      Vinte anos depois, a ponte necessita de manutenção regular, recuperação da iluminação e da pavimentação asfáltica o quanto antes. A situação em que se encontra tem chamado a atenção e colocado em risco a segurança dos usuários. No entanto, ela é um dos cartões postais dos Estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, bem como uma das principais obras que orgulham o Brasil.

 

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