Um homem de 25 anos, está sendo monitorado pela Secretaria de Saúde do Município de Santa Fé do Sul, após dar entrada no atendimento da UPA com sinais e sintomas suspeitos da “varíola dos macacos”.
Após passar pelo atendimento médico, foi solicitada a coleta de material que já foi enviado para o Instituto Adolfo Lutz e os resultados devem ser apresentados dentro de cinco dias. Ao dar entrada da unidade, o paciente tinha lesões bolhosas, febre e mialgia (dor muscular).
Segundo a direção da UPA o homem foi medicado e está em casa onde deve permanecer isolado, inclusive suas roupas e talheres devem ser de uso exclusivos e higienizados separadamente.
Ainda de acordo com a Unidade de Pronto Atendimento de Santa Fé do Sul, o homem retornou de viagem a alguns estados do Brasil há cerca de 20 dias.
O que é a varíola dos macacos?
Resposta: A varíola dos macacos é uma doença viral, causada por um vírus, que foi diagnosticada e identificada pela primeira vez no século passado, na década de 60, que não tem nada a ver com macacos. Na verdade, ela foi identificada primeira nos macacos e, por isso, ficou conhecida no mundo científico como “varíola dos macacos”. Essa doença tem caráter endêmico em alguns países da África Central e da África Ocidental. Ao longo da história da saúde pública mundial, nós tivemos alguns surtos de varíola dos macacos em alguns países, como, por exemplo, nos Estados Unidos, mas surtos curtos, com poucos casos. O que nós estamos vivendo agora é o primeiro grande surto em países não endêmicos, ou seja, países que não são da África Central e da África Ocidental, com circulação sustentada do vírus que causa a varíola dos macacos.
Quais são os principais sintomas?
R: A doença começa, quase sempre, com uma febre súbita, forte e intensa. O paciente também tem dor de cabeça, náusea, exaustão, cansaço e fundamentalmente o aparecimento de gânglios (inchaços popularmente conhecidos como “ínguas”), que podem acontecer tanto na região do pescoço, na região axilar, como na região perigenital. A manifestação na pele é chamada de papulovesicular uniforme, que são feridas ou lesões pelo corpo.
Como ocorre a transmissão?
R: A principal forma de transmissão da varíola dos macacos é por meio do contato. Esse contato acontece por pele/pele, secreções ou por objetos pessoais do paciente infectado que você tenha contato. Por isso, é extremamente importante pensarmos que, uma vez que o paciente está infectado, com o diagnóstico laboratorial concluído, esse paciente fique em isolamento e que todo seu material de roupa de cama, roupas, lençóis e objetos pessoais passem por um processo de higienização, de fervura, de lavagem com água e sabão para, dessa forma, impedir a transmissão.
Como as pessoas podem se proteger?
R: A principal forma de proteção é evitar contato direto com pessoas contaminadas. Lembrando que a principal forma de transmissão ocorre através do contato pele/pele, pessoal, ou obviamente através do contato com objetos pessoais de um paciente que está infectado com a varíola dos macacos.
O que fazer se eu estiver doente?
R: Ao aparecer quaisquer sinais ou sintomas como febre alta e súbita, dor de cabeça, aparecimento de gânglios, procure um médico na unidade básica de saúde. Procure seu médico, porque ele terá a capacidade de te examinar, fazer o diagnóstico e a condução clínica necessária.
Quais são as diferenças entre a varíola dos macacos e a varíola humana?
R: A varíola humana é uma doença erradicada no nosso país há muitos anos, enquanto a varíola dos macacos é semelhante, porém, é uma outra doença. São dois vírus diferentes, causam sintomas relativamente parecidos, mas são doenças absolutamente distintas.
Como é o tratamento da varíola dos macacos?
R: O tratamento da varíola dos macacos, em geral, é o que chamamos de tratamento de suporte. Geralmente, o paciente precisa de uma boa hidratação, se estiver com dor de cabeça tomar um remédio analgésico, se estiver com febre, tomar um antifebril e, fundamentalmente, a higienização das lesões.
Como funciona a vigilância do Ministério da Saúde em relação à varíola dos macacos?
R: O Ministério da Saúde, quando surgiram os primeiros casos de varíola dos macacos no Reino Unido, criou uma rotina de vigilância. A partir daí, se estabelece uma vigilância ativa daquela doença que está em estudo. Hoje, a vigilância da varíola dos macacos é coordenada pelo departamento chamado DCCI.
É importante ressaltar que mesmo quando não havia nenhum caso no Brasil, o Ministério da Saúde estabeleceu um fluxo de vigilância ativa para o nosso País. Definimos o que seria um caso suspeito, o que seria um caso confirmado, o que seria um caso descartado. Instituímos o fluxo para o diagnóstico para testagem. Distribuímos para todos os estados e municípios o formulário para notificação de modo que temos no País hoje uma vigilância sensível, ativa e capaz de detectar os casos de varíola dos macacos.