A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro), confirmou o primeiro caso de mormo em um equino no estado em 2016. O foco foi descoberto em uma fazenda no município de Aquidauana, a 131 quilômetros de Campo Grande.
Segundo a Iagro, o cavalo passou por dois exames, um de sangue, e um de reação, em que uma proteína da bactéria causadora da doença é aplicada na pálpebra, e os dois testes deram positivo para a doença.
A Agência aponta, entretanto, que o animal ainda não foi sacrificado porque o proprietário conseguiu na Justiça uma liminar para mantê-lo vivo. Com a decisão judicial, a Iagro ainda não entrou na propriedade para fazer o controle da doença, que consiste em abater o cavalo doente e queimar o corpo no local, além de fazer exames em toda a tropa da fazenda.
Em razão dessa situação, a fazenda foi interditada pela Iagro e o tráfego de seus animais interditado.
Conforme a Iagro, até março de 2015 o estado não tinha nenhum caso da doença registrado. Em menos de um ano, de abril do ano passado até janeiro deste ano já foram descobertos focos em 10 propriedades e outros 24 focos estão sendo investigados.
O gerente de Defesa Sanitária Animal da Iagro, Rubens Rondon, diz que não existe possibilidade de uma epidemia da doença no estado, mas destacou a preocupação do órgão com os prejuízos que a doença pode causar na cadeia produtiva ,além dos riscos que representa para a saúde pública, já que é uma doença que pode ser transmitida para o ser humano.
Ele lembrou ainda que o exame de mormo é obrigatório para o transporte de animais para eventos de grande aglomeração, como provas de laço, do tambor e exposições agropecuárias, entre outros, e que técnicos da agência estão sempre presentes fazendo a fiscalização.
O mormo
O mormo é uma doença infectocontagiosa grave que acomete os equídeos (equinos, asininos e muares), mas que pode acometer outras espécies de maneira acidental, como o homem (zoonose), carnívoros e pequenos ruminantes.
A doença é causada pela bactéria Burkholderia mallei, que ocasiona alta taxa de mortalidade nos equídeos e no homem é fatal. Os sinais clínicos mais frequentes são: febre, tosse e corrimento nasal. A doença pode se manifestar na forma aguda ou crônica, sendo que a forma crônica, geralmente, ocorre em equinos e a forma aguda em muares e asininos. Em equídeos os sinais são classificados em três categorias: nasal, pulmonar e cutânea.