Das novas tecnologias contra o Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e febre chikungunya – , a máquina que engole as fêmeas foi descartada por “preferir” o vetor da leishmaniose, enquanto a versão transgênica do Aedes ainda é avaliada pela SES (Secretaria Estadual de Saúde).
No começo de 2015, no vale-tudo diante da epidemia a população recorreu a plantas caseiras, já o poder público abriu as portas da Sala de Situação, montada no Parque dos Poderes, para as novas armas contra o mosquito.
“Permitimos a apresentação de todas as experiências com novas tecnologias”, afirma o coordenador estadual de Controle de Vetores, Mauro Lúcio Rosário. Segundo ele, todo contato é precedido pela informação de que o governo não tem interesse na compra, mas, a depender do resultado, pode indicar o equipamento aos municípios.
Segundo Mauro, cabe à Secretaria de Saúde a compra de máquinas do fumacê e de bomba costal. “Mas, se fosse uma máquina revolucionária, talvez o Estado poderia solicitar a compra de alguma”, diz.
Instaladas para sugar as fêmeas do Aedes, responsáveis pela picada que transmite a doença, as máquinas acabaram sugando mais flebótomos, que transmite a leishmaniose. “A máquina funcionou sim, mas não conforme o desejado. Capturou mais mosquitos flebotomíneos e não é esse o objetivo. Temos outros equipamentos para o flebótomo e a nossa necessidade é o Aedes”, afirma o coordenador.
Foram testados dois equipamentos em Campo Grande. Com custo de R$ 10 mil, o primeiro usa ácido lático – composto orgânico produzido pelo corpo humano – para atrair o vetor. Já o segundo, com custo de R$ 600, utiliza lâmpada e também ondas sonoras (perceptíveis apenas para o mosquito).
Mosquito do Bem – Um opção ainda em análise é a versão transgênica do mosquito Aedes aegypti. “Estamos sondando. Existem vários tipos de análise, não somente do mosquito, mas o impacto no meio ambiente”, afirma Mauro.
Os mosquitos são liberados no meio ambiente, copulam com as fêmeas, mas devido a sua genética alterada em laboratório, os filhotes não passarão do estágio de larvas.
“É uma boa arma biológica. Não agride o meio ambiente, não precisa de inseticida e a gente teria a redução do mosquito”, diz.
Mato Grosso do Sul registrou 59.874 casos de dengue em 2016. Em relação a 2015, o crescimento foi de 29,9%. Naquele ano, fora, 46.070 casos notificados da doença. Já o zika vírus teve 348 casos confirmados em 2016 no Estado.