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Médica aparecidense participa da 1ª cirurgia fetal de MS em gêmeos de 24 semanas

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Aparecida do Taboado (MS) – Nesta semana Mato Grosso do Sul realizou a primeira cirurgia fetal, que é feita com o bebê ainda dentro da barriga da mãe. O procedimento foi realizado na segunda-feira (24), em Campo Grande, no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian – HUMAP-UFMS, com a participação da ginecologista e obstetra aparecidense, Dra. Lívia Maria Casachi Bernardes de Melo, filha do médico Vilson Melo e da administradora Sirlei Melo.

Médica aparecidense participa da 1ª cirurgia fetal de MS em gêmeos de 24 semanas

O procedimento ainda contou com a participação do renomado fetologista Maurício Saito, de São Paulo, que já liderou outras cirurgias como esta no país, e da ginecologista e obstetra Dra. Kamille Said, de Campo Grande.

Segundo Dra. Lívia explicou ao Costa Leste News, a Síndrome de Transfusão Feto-fetal é o resultado do desequilíbrio no fluxo de sangue entre os dois bebês; ou seja, um deles recebe maior fluxo sanguíneo do que o outro.

Esta é uma condição rara que afeta entre 5 a 20% de gestações gemelares monoamnióticas, quando os bebês dividem a mesma placenta, porém em bolsas diferentes.

A médica disse que quando isso acontece a chance de sobrevivência dos fetos é mínima e o procedimento para tratar a síndrome precisa ser realizado precocemente através de cirurgia com os fetos ainda no útero.

Dra. Lívia foi a responsável pelo diagnóstico da mãe, de 24 anos, que está em sua 4ª gravidez. Segundo ela, a cirurgia foi realizada com os fetos já na 24ª semana de gestação.

“Convidamos o Dr. Maurício Saito para a realização da cirurgia, que consiste na coagulação a laser dos vasos que se comunicam na placenta dos fetos através de uma fetoscopia. Foi um sucesso e uma enorme satisfação ter podido fazer parte da equipe que realizou este procedimento pela primeira vez no Estado”, disse ela.

Médica aparecidense participa da 1ª cirurgia fetal de MS em gêmeos de 24 semanas

O Caso

Dra. Lívia explicou que a Síndrome de Transfusão Feto-fetal é uma patologia grave, pois um bebê passa a ser o ‘doador’ e o outro o ‘receptor’ de sangue. Em casos como esse, um dos bebês tem um cordão que entra na placenta e joga o sangue dele para o outro.

E, assim, o feto que recebe menos sangue fica anêmico e o que recebe mais evolui com insuficiência cardíaca. Segundo a obstetra, sem o tratamento, em mais de 80% dos casos os dois bebês evoluem para óbito.

No caso de Campo Grande, um dos bebês pesava cerca de 400 gramas e o outro, 600 gramas no momento da cirurgia. Segundo da médica, com o procedimento, a tendência é que eles passem a se desenvolver normalmente a partir de agora.

Lívia disse que daqui pra frente será feito um acompanhamento para avaliar se a cirurgia conseguiu interromper a comunicação entre os vasos sanguíneos com vistas a levar a gestação o mais longe possível para que os bebês nasçam com melhor peso e menor prematuridade.

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