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Mês da mulher: é tempo de questionar a sub-representação das mulheres em cargos políticos

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No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março como data política pelos direitos das mulheres, lembramos de uma grave desigualdade de gênero na história de Aparecida do Taboado: nunca uma mulher foi eleita prefeita desde as primeiras eleições em 1948. O mais próximo disso, em mais de 70 anos de emancipação do município, foi Sirlei Melo, do MDB, que ficou em segundo lugar nas eleições municipais de 2020, que resultaram na vitória de José Natan, do Podemos, para o comando do Executivo.

Está claro que a sub-representação das mulheres na política local é um problema crônico, arraigado na sociedade brasileira, que também se reflete na história das eleições para a Câmara Municipal.

Em 19 eleições ocorridas desde 1948, 120 homens e apenas 8 mulheres tomaram posse como vereadores no município, incluindo a única vereadora eleita em 2020, Patrícia da Saúde. Na média, temos, portanto, uma mulher eleita vereadora por década em Aparecida do Taboado.

Foi somente em 1970 que uma mulher assumiu o cargo de vereadora no município, a senhora Albertina Lucas Furquim. Somente 19 anos depois, em 1989, foi eleita a segunda vereadora na cidade, a senhora Ivone da Silva Muniz. Ariadne de Queiróz e Sirlei Melo tomaram posse na Câmara Municipal em 2000.

Nas eleições de 2004, a situação parecia mudar para melhor, revertendo uma tendência histórica de baixa participação das mulheres na política local: três das nove cadeiras na Câmara foram conquistadas por mulheres (Edileuza Gomes da Silva, Neide Furquim e Vera Cabral de Almeida). A realidade da década de 2010 mostrou, porém, que aquela percepção otimista não passava de um engano: em uma década, de 2009 a 2020, nenhuma mulher foi eleita vereadora no município – uma constatação amarga.

Nas eleições de 2016, 97 aparecidenses concorreram a uma das cadeiras do Legislativo, sendo 30 mulheres. Nenhuma delas, porém, foi eleita.

Ora, por que tal situação? Como mudá-la para que mais mulheres possam se engajar na política e participem mais diretamente do destino coletivo do município?

O Costa Leste News entrevistou algumas das lideranças femininas na cidade e perguntou a elas sobre as razões do problema de desigualdades de gênero na política de Aparecida do Taboado e quais seriam os desafios a serem enfrentados para mudar essa realidade.

Mês da mulher: é tempo de questionar a sub-representação das mulheres em cargos políticos

Para Adriana Chierice, presidente da recém-criada “Associação Mulheres em Ação”, que tem como objetivo promover atividades de relevância públicas e sociais, a sociedade tem o dever de participar da política do município de forma atenta. Segunda ela, as mulheres devem estar empenhadas em lutar por políticas públicas que sejam eficientes e que promovam qualidade de vida, dignidade, igualdade, direitos e principalmente respeito: “por mais mulheres na política, para que juntas possam construir um município, um estado e um país como mais representatividade feminina”.

Mês da mulher: é tempo de questionar a sub-representação das mulheres em cargos políticos

Para Patrícia Maria dos Santos, a única vereadora mulher desta legislatura, as mulheres representam a metade do eleitorado do Brasil e a presença delas no espaço público tem quebrado preconceitos e promovido profundas mudanças. “É uma luta pela igualdade, mas podemos dizer sim, nós mulheres podemos estar onde nós quisermos”, acrescentou.

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