A confirmação da suspeita do coronavírus pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na tarde desta terça-feira, em Minas Gerais, estado que faz divisa com Mato Grosso do Sul, deixa a saúde estadual em alerta. Reunião foi realizada na manhã de ontem (28) pelo secretário Geraldo Resende para traçar ações de prevenção. A falta de vacina e tratamento específico preocupa, mas evitar o contagio da doença é mais simples do que parece.
De acordo com a infectologista Priscila Alexandrino, do Hospital Universitário, até o momento tanto os sintomas como os métodos de prevenção da doença se mostraram semelhantes ao da gripe. “As pessoas têm de lembrar de lavar as mãos; se tossir, evitar colocar as mãos em cima da boca; além de evitar aglomerações”. A transmissão da doença se dá por contato com as secreções respiratórias.
O que preocupa, no entanto, é a maior letalidade. Estimativa inicial é de que o vírus inicialmente chamado de 2019-nCoV leve a morte 3% dos contaminados, enquanto do vírus Influenza apenas 0,3%. “O que se tem visto lá na China é que a doença parece ter maior letalidade em indivíduos que são imunocomprometidos, crianças e idosos”, explica a médica. Tal grupo costuma ser alvo das formas mais agressivas da doença.
A semelhança com a gripe também está nos sintomas. De acordo com Priscila, há casos que se manifestam com a infecção de vias aéreas superiores (coriza, febre e dificuldade de respirar) e até casos mais graves como pneumonia e insuficiência respiratória aguda. “A maior parte das pessoas tem sintomas mais leves”.
Mesmo diante de orientações simples de prevenção, Priscila destaca que como se trata de um vírus novo, os aspectos da doença podem variar.
Orientação aos municípios
Ontem, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, convocou reunião para traçar estratégias para deixar os 79 municípios do Estado em alerta. “Nós reunimos para concatenar ações”, explicou.
Em nota, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) afirmou que acompanha a situação e elabora estratégias de ações referentes ao coronavírus. Nota técnica já foi encaminhada aos secretários municipais de saúde sobre como proceder com os casos suspeitos e de como proceder com a coleta de amostras para exames.
China
Os primeiros registros de casos da nova variante do coronavírus começaram em dezembro de 2019, na China. O caso suspeito no Brasil é de uma estudante de 22 anos que esteve no País e está internada em Belo Horizonte.
O número de mortes causadas pelo novo vírus chegou a 106 com o anúncio de 24 mortes feitos pelas autoridades da província de Hubei, na manhã desta terça-feira. Autoridades de saúde da China afirmam que mais de 4 mil pessoas foram infectadas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até segunda-feira (27) haviam sido confirmados 2.798 casos do novo coronavírus, batizado 2019-nCoV em todo o mundo. A maior parte na China (2.761), incluindo a região administrativa de Hong Kong (8 casos confirmados), Macau (5) e Taipei (4).
Fora do território Chinês foram confirmados 37 casos. Destes, 36 apresentaram histórico de viagem à China, dos quais 34, estiveram na cidade de Wuhan ou algum vínculo com um caso já confirmado. Desse total, os Estados Unidos e a Tailândia registraram cinco casos cada; quatro casos foram registrados no Japão, Cingapura, Austrália, Malásia e a Coreia do Sul. A França registrou três casos, o Vietnam dois, e o Canadá e Nepal um caso cada.
(Com informações da Agência Brasil)