O Ministério da Saúde divulgou na terça-feira (5) que 1.046 bebês nasceram com microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita, desde que a pasta começou a investigar a relação entre o vírus Zika e a malformação, em outubro do ano passado. Em uma semana, foram confirmados 102 novos casos.
De todas as confirmações, 170 tiveram relação laboratorial para o Zika, mas, devido a dificuldades neste diagnóstico, a pasta considera que o número não reflete a realidade e que na verdade a maioria dos casos foram causados pelo vírus.
De acordo com o boletim, 4.046 outros casos notificados como suspeitos de terem microcefalia estão em investigação e 1.814 foram descartados.
Pesquisa
A pasta também divulgou hoje resultados preliminares de estudo feito na Paraíba que apontam maior risco de bebês nascerem com microcefalia quando as gestantes são infectadas pelo vírus Zika no primeiro trimestre de gravidez. Desde que a relação entre o vírus e a malformação foi feita, os infectologistas e neurologistas acreditavam fortemente nesta hipótese, mas para a confirmação científica é necessária a conclusão do estudo.
Para a pesquisa, feita em parceria entre o Ministério da Saúde, o governo da Paraíba e Centro de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis dos Estados Unidos, 165 entrevistas com mães de bebês com microcefalia e 446 mães de bebês da mesma região sem microcefalia. Todas as mães têm bebês de até sete meses.
O Ministério da Saúde, em pareceria com o governo da Paraíba e Centro de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis (CDC) dos Estados Unidos, continua com a análise das amostras de sangue coletadas nas mães e bebês paraibanos. Somente após esta fase, os resultados finais serão divulgados. O resultado inicial do estudo também não encontrou nenhuma associação da microcefalia com a exposição de produtos como inseticidas, por exemplo.