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MS está entre os estados com maior taxa de assassinato de mulheres

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    Mato Grosso do Sul está entre os 18 estados da Federação que apresentaram taxa de homicídio de mulheres acima da média nacional, que é de 4,6 a cada grupo de 100 mil mulheres. De acordo com o Atlas da Violência 2016, divulgado na terça-feira (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), referente ao levantamento dos números de 2004 a 2014. O Estado aparece com a taxa de 6,4, ocupando a 11ª posição, seguido por Rondônia (6,4), Mato Grosso (7), Espírito Santo (7,1), Alagoas (7,3), Goiás (8,8) e Roraima, com 9,5.
    Os pesquisadores do Ipea observam que os dados não estão relacionados somente a questão de gênero, já que os dados refletem a situação de violência enfrentada pela sociedade brasileira. De acordo com o Atlas da Violência, no MS foram registrados o assassinato de 55 mulheres em 2005, subindo para 84 em 2014, o que representa aumento de 52,7%. Os números se mantém nos anos seguintes a 2004 variando entre 60 a 78 e de 2013 para 2014 verificou-se que o crescimento foi de 12% – de 75 para 84.
    Outro dado que chama a atenção é com relação ao homicídio de jovens entre 15 a 29 anos. No Brasil, a taxa foi de 52,7 mortes a cada grupo de 100 mil pessoas dessa faixa etária, enquanto em Mato Grosso do Sul foi de 49,9 em 2004. Já há dois anos, a taxa nacional foi de 61, e do Estado 47,1 (queda de 5,7). Mas quando é feita a comparação entre os registros de 2013 e de 2014, o MS aparece com aumento de 21,1, (foram 263 assassinatos em 2013 e 318 no ano seguinte). A maioria dos homicídios foi com o uso de arma de fogo.
    Quanto aos homicídios em geral, Mato Grosso do Sul apresentou a sétima menor taxa do País, com 26,4 assassinatos a cada grupo de 100 mil habitantes – queda de 7,7% entre 2004 a 2014. O coronel da Polícia Militar Alírio Villasanti, autor do livro “Segurança Pública e Qualidade de Vida” e com várias especializações na área de gestão em segurança pública, explica que o crimes de homicídio em que jovens são as vítimas é um problema enfrentado praticamente por todos os estados brasileiro.
    Para o coronel Villasanti, essa violência está relacionada a uso de drogas e álcool e a questão familiar. “A desestruturação familiar é um problema sério, que precisa ser enfrentado”, afirma. Para o oficial da PM, para melhorar esse quadro é preciso o combate sistemático a venda de drogas, com a desativação das chamadas “bocas de fumo”, e também repressão a venda de armas. Ele diz que o exemplo de São Paulo deve ser seguido. Segundo Villasanti, aquele Estado vem conseguindo reduzir o número de homicídios nos últimos 15 anos, por meio de ações sistemáticas e integradas entre as polícias Civil, Militar e a perícia. As ações são precedidas de um mapeamento das áreas de vulnerabilidade social e de risco de violência.

Violência contra as mulheres
    E o assunto violência contra as mulheres é o tema da audiência pública que será realizada às 13h30 desta quarta-feira pela Assembleia Legislativa, organizada pelo deputado Pedro Kemp. “O Brasil é o sétimo País em mortes de mulheres por assassinato, em um ranking que reúne 84 nações. Já o Mato Grosso do Sul, é o quinto Estado do País em assassinatos e o segundo em casos de estupro”, diz o parlamentar.
    O evento contará com a participação da secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves. Na audiência serão apresentados números nacionais e regional sobre a violência contra as mulheres, elaborados pelo IBGE e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

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